Internautas criam abaixo-assinados para defender inocência de Marcelo Pesseghini
Petições virtuais pedem participação da Polícia Federal na investigação do caso
São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7
A investigação da chacina que vitimou cinco pessoas de uma mesma família na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, já está na quarta semana e se aproxima da etapa final. A principal linha de apuração da polícia aponta Marcelo Eduardo Pesseghini, de 13 anos, como suspeito de assassinar os pais, a avó, a tia-avó e ter cometido suicídio, o que tem provocado debates no meio virtual. Além de manifestações nas redes sociais, internautas criaram abaixo-assinados defendendo a inocência do garoto.
Em uma das petições on-line, que até às 20h30 de quarta-feira (28) tinha 239 adesões, os criadores pedem “a participação da Polícia Federal” na investigação do crime. O apelo foi endereçado ao Ministério da Justiça. Ela entrou no ar no último sábado (24) e contava com assinaturas de moradores de outros países, como Espanha e França.
— Nós, cidadãos brasileiros, abaixo-assinados solicitamos a participação da Polícia Federal na investigação da chacina da Brasilândia por entendermos que a Polícia Civil de São Paulo não está conduzindo a investigação de forma imparcial, o que pode levar a que a culpa seja atribuída a um garoto de 13 anos e não aos verdadeiros autores do crime.
Para os responsáveis pela iniciativa, a Polícia Civil “tem desconsiderado elementos importantes à elucidação do caso”. O inquérito está sendo acompanhado por dois promotores indicados pelo Ministério Público de São Paulo e pela Comissão de Segurança Pública da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).
Em outro abaixo-assinado virtual, desta vez, endereçado à presidente Dilma Rousseff, o criador cita o princípio da presunção de inocência, pedindo a intervenção da Presidência da República, do Ministério Público Federal "para que o artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal – 'ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória' - seja respeitado".
Pede ainda que sejam conduzidas “de forma transparente as perícias e investigações, mesmo que para isso seja solicitado auxilio da Polícia Federal”. Oitenta e duas pessoas haviam assinado a petição. Algumas chegaram a se manifestar. Uma das signatárias questionou:
— Quero ouvir as ligações telefônicas que o Marcelinho fez para o amigo, avisando que iria matar a família. Quero ver quem são os amigos. Precisamos de mais transparência nas investigações. Muitos não aparecem. E mais: onde está a testemunha que viu dois homens adentrarem na casa no horário entre 12h e 13h?
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No texto de um terceiro abaixo-assinado havia apenas a descrição: “Não foi o Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini”. Vinte e quatro internautas apoiaram a iniciativa até a conclusão desta matéria. Um deles escreveu:
— Isso é um absurdo. Não consigo compreender e aceitar essa história manipuladora da mídia. Não foi o Marcelo!
Outra opinou:
— Eu não acredito de nenhuma forma que uma criança tão bem amada e cuidada teria a capacidade de bolar um plano desse!
O caso
Marcelo foi encontrado morto junto com a família no dia 5 deste mês, dentro de casa. Ao lado dele, estavam os corpos da mãe, a cabo da Polícia Militar Andréia Bovo Pesseghini, e do pai, o sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Luiz Marcelo Pesseghini.
Em outro imóvel no mesmo terreno, estavam os corpos da avó do adolescente, Benedita Oliveira Bovo, e da tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva, que não morava lá, mas tinha ido dormir com a irmã. Segundo a polícia, o menino teria matado a família, ido até a escola, assistido à aula e se suicidado.
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