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Irmão de Mércia será ouvido no segundo dia do julgamento de vigia acusado de participar do crime

Evandro Bezerra dos Santos responde por homicídio qualificado; crime ocorreu há três anos

São Paulo|Do R7, com São Paulo no Ar

Advogada Mércia Nakashima desapareceu em maio de 2010 e seu corpo foi encontrado em uma represa
Advogada Mércia Nakashima desapareceu em maio de 2010 e seu corpo foi encontrado em uma represa Advogada Mércia Nakashima desapareceu em maio de 2010 e seu corpo foi encontrado em uma represa

O segundo dia do julgamento do vigia Evandro Bezerra da Silva, de 41 anos, deve começar às 9h desta terça-feira (30), no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, com o depoimento do irmão da vítima. Nesta segunda-feira (29), a juíza determinou que Márcio Nakashima dormisse em um hotel e ficasse incomunicável. Ele é uma das testemunhas de acusação. Em seguida, estão marcados os depoimentos das testemunhas de defesa. O julgamento só deve terminar nesta quarta-feira (31).

A advogada Mércia Nakashima desapareceu em maio de 2010 e seu corpo foi encontrado em uma represa, em Nazaré Paulista. Bezerra é acusado de ajudar Mizael Bispo, condenado em março a 20 anos de prisão, a assassinar a vítima. Mizael e Mércia namoraram por quase quatro anos. Eles terminaram o relacionamento antes do desaparecimento.

Os advogados de defesa prometeram apresentar uma testemunha que teria visto Mizael Bispo e Mércia Nakashima juntos três dias depois da data que as investigações apontam que ela foi morta.

Primeiro dia

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Durante quase dez horas, o primeiro dia do júri teve depoimentos, perguntas e discussões em Guarulhos, na Grande São Paulo. A defesa, que prometia uma bomba capaz de mudar o rumo do julgamento, colocou em dúvida a data da morte de Mércia Nakashima. Detalhe que poderia até livrar Evandro Bezerra da Silva das acusações.

Um homem diz ter visto Mizael Bispo e Mércia juntos em 26 de maio de 2010, três dias depois da data em que as investigações apontam que ela foi morta. Mas essa testemunha crucial não apareceu no primeiro dia do julgamento e a defesa tentou adiar os trabalhos. O impasse resultou em quase duas horas de atraso para o início do júri.

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Família de Mércia Nakashima está ansiosa, mas confiante na condenação de vigia

Um dos depoimentos foi de um engenheiro de telecomunicações. Eduardo Amato Tolezani explicou como funcionam as antenas de telefonia celular que captaram as ligações entre Evandro e Mizael no dia do assassinato. O técnico falou que esses registros podem ter erros. A informação foi usada pela defesa para tentar enfraquecer a acusação.

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Um advogado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que acompanhou o interrogatório de Evandro, também depôs e falou que não houve violência contra o réu. O vigia alega que confessou ter participado do assassinato após sofrer tortura.

A sessão terminou com desentendimentos entre advogados e o delegado que investigou o assassinato. A defesa questionou Antônio de Olim sobre informações e testemunhas que não foram investigadas e que poderiam ter dado outro rumo para o inquérito.

A juíza chegou a chamar a atenção do delegado, que foi irônico em alguns comentários. Enquanto isso, Evandro não esboçou nenhuma reação. Apenas escutou os depoimentos. Ele nega ter participado do crime e diz que apenas deu uma carona para Mizael. 

Os parentes de Mércia acompanharam o julgamento. A mãe dela, Janete Nakashima, diz temer que Evandro receba uma pena ainda menor que a de Mizael, que em março foi condenado a 20 a nos de prisão.

— Vinte anos é ridículo pra quem vai daqui quatro, cinco, seis anos, não sei, ele pode estar na rua e fazendo tudo novamente.

Prisão do vigia

Evandro Bezerra da Silva ficou foragido e foi detido em junho de 2012 na cidade de Olho D'Água das Flores, em Alagoas. Segundo a polícia, ele ficou escondido em várias cidades do interior de Alagoas até ser localizado.

Julgamento de Mizael Bispo

Após quatro dias de julgamento, o policial militar reformado Mizael Bispo foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima, no dia 14 de março. Ele foi considerado culpado pelo crime de homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Durante a leitura da sentença, o juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano destacou que o fato de o réu ter mentido foi considerado um agravante. Cano afirmou ainda que "gestos de amor jamais podem levar a pessoa amada à morte". Emocionados, os familiares de Mércia ouviram a sentença de mãos dadas.

Após a decisão, o promotor Rodrigo Merli pediu que a Justiça de Guarulhos aumente a pena do ex-policial militar. O Ministério Público quer que a pena seja de 24 anos e seis meses.

O crime

A advogada Mércia Nakashima desapareceu no dia 23 de maio de 2010, após visitar a avó em Guarulhos, na Grande São Paulo. Os bombeiros encontraram o carro da vítima em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O corpo dela foi encontrado um dia depois.

O policial militar reformado Mizael Bispo foi condenado por ter matado a advogada e ter empurrado o carro da advogada na represa. De acordo com a perícia, ela foi atingida por um tiro, que atravessou o maxilar, mas a causa da morte foi afogamento.

Assista ao vídeo:

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