Manifestação de grevistas da USP termina em confronto com a PM
Eles estão em greve há mais de 80 dias e fecharam três portões da universidade na madrugada
São Paulo|Do R7, com Agência Brasil
Funcionários e professores da USP (Universidade de São Paulo), que estão em greve há mais de 80 dias, entraram em confronto nesta quarta-feira (20) com a Tropa de Choque da PM (Polícia Militar). No início da manhã, os grevistas fecharam três entradas da Cidade Universitária, na região do Butantã, na capital paulista. A polícia agiu para desbloquear a passagem e remover barricadas na rua Alvarenga.
Segundo a assessoria da PM, os manifestantes estão também nas ruas Vital Brasil e Professor Mello de Moraes. Os portões 2 e 3 já foram liberados, e o Portão 1 segue bloqueado. De acordo com a SPTrans (São Paulo Transporte), oito linhas de ônibus que circulam dentro da universidade ou pela rua Alvarenga estão prejudicadas.
A categoria reivindica reajuste salarial, o fim da suspensão do corte na verba destinada ao ensino e à pesquisa e a contratação de professores e funcionários. Eles também são contrários ao corte de salário ocorrido neste mês e à transferência do Hospital Universitário para a Secretaria Estadual de Saúde.
Protesto na USP prejudica o trânsito e altera linhas de ônibus da região
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A Reitoria da USP propôs, como solução ao desequilíbrio no orçamento, um programa de incentivo à demissão voluntária voltada aos servidores técnico-administrativos. A proposta inclui ainda a diminuição da jornada de 40 horas para 30 horas semanais, com redução de salário.
Em nota enviada para o R7, a PM afirmou que atendeu a um pedido do reitor da USP para garantir os acessos à universidade, mas que após 30 minutos de conversa apenas três entradas foram liberadas, por isso os agentes agiram. Conforme a nota "A Polícia Militar em consonância e respeito ao estado democrático de direito brasileiro e em defesa da integridade física e da dignidade da pessoa humana sempre atuará nas manifestações visando à proteção das pessoas, inclusive manifestantes, bem como do patrimônio público e privado, contudo, terá o dever de ofício e missão constitucional de reestabelecer a ordem pública toda vez que ela for comprometida, usando os meios legítimos e a força necessários na medida em que a situação venha a exigir."