Em assembleia na noite desta quarta-feira (11), metroviários de São Paulo decidiram suspender a paralisação prevista para amanhã, dia em que a capital recebe o jogo de abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, zona leste. A categoria concordou em reivindicar a reintegração dos 42 funcionários demitidos por justa causa, na segunda-feira (9), sem suspender as atividades.
A greve de cinco dias foi encerrada anteontem, após ser declarada abusiva pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Antes disso, o Metrô já havia demitido os 42 trabalhadores, incluindo 11 membros da direção do sindicato, por diversos motivos, como usar o sistema de som das estações indevidamente, vandalismo, incentivar usuários a pular as catracas, entre outros.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Melo Prazeres, falou que é preciso "reconhecer a realidade da categoria" e que não paralisar as atividades irá fortalecer a luta. Ele prometeu também que a entidade se juntará a protestos durante a Copa do Mundo. O governo já disse que não irá reconsiderar os desligamentos.
Prazeres também afirmou que o sindicato vai levantar o dinheiro para o pagamento da multa de R$ 900 mil, determinada pela Justiça. O TRT puniu a entidade em R$ 400 mil por não manter 100% da frota em horários de pico durante os quatro primeiros dias de paralisação e mais R$ 500 mil pelo descumprimento da ordem de retornar imediatamente ao trabalho, no domingo (8), quando os magistrados julgaram a greve abusiva.
Também no domingo, a Justiça definiu o reajuste salarial da categoria: 8,7%, bem abaixo dos 35,47% exigidos pelo sindicato no começo da campanha salarial. Nas últimas negociações, eles haviam concordado com 12,2%. Mesmo assim, com a deflagração da greve, o Metrô encerrou as conversas e pediu que o TRT determinasse os índices de aumento do salário e dos benefícios.
Sindicato anuncia reintegração de dois metroviários demitidos, mas empresa nega