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Onze diretores estão entre os demitidos por justa causa, diz sindicato

Categoria ameaça retomar a greve na quinta-feira se demissões não forem revertidas

São Paulo|Márcia Francês, do R7

O Sindicato dos Metroviários informou que 11 diretores estão entre os 42 funcionários do Metrô demitidos por justa causa devido à greve da categoria. Outros dois funcionários que integram a Federação Nacional dos Metroviários também foram dispensados. O Metrô confirma as demissões e diz que seguiu a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

O secretário de formação sindical Dagnaldo Gonçalves Pereira recebeu a notícia por meio de um telegrama. Ele trabalhava havia 26 anos na empresa, como operador de trem da linha 3-Vermelha. 

— O governo do Estado acha que pode tudo, porque mandou embora diretores e integrantes da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), inclusive o vice-presidente da comissão. Ele [governo] acha que pode tudo e a Justiça corrobora com isso. 

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Pereira afirma que os metroviários não vão aceitar as 42 demissões e vão retomar a greve à 0h da quinta-feira (12), dia da abertura da Copa do Mundo. 

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— Isso criou um clima de revolta na categoria, que já tinha aceitado o acordo coletivo da forma como foi colocado pelo tribunal, agora isso ela não vai aceitar. [...] Já está decidida a greve.

Pereira está otimista e acredita que as demissões serão revertidas.

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— Primeiro, eu não trabalhava, eu trabalho e vou continuar trabalhando, porque confio na categoria. E segundo, essa é minha terceira demissão no Metrô e todas foram revertidas. 

Outro metroviário demitido foi Paulo Roberto Veneziani Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários. Ele era funcionário desde 1991 e trabalhava com operador do CCO (Centro de Controle Operacional) do Metrô. Pasin disse que ele, Pereira e o secretário-geral do sindicato dos metroviários, Alex Adriano Alcazar Fernandes, têm uma situação um pouco diferente dos outros trabalhadores dispensados. 

— A informação que eles passaram [Metrô] é que nós estávamos afastados para averiguação de falta grave em processo judicial, mas isso tem o mesmo sentido da demissão porque você fica afastado até a conclusão do processo, sem remuneração, sem nada, sem nenhum direito, e só é reintegrado se a Justiça for favorável. Isso pode levar cinco, dez anos, dependendo do ritmo. 

Ele diz que o Metrô não reconhece a estabilidade dos funcionários demitidos, mas os sindicalistas defendem que ela existe e que "as ações [do Metrô são] ilegais".

Pasin também acredita que as demissões serão revertidas devido ao apoio de outras categorias, como movimentos sindicais e sociais. 

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O Metrô confirma as demissões no sindicato e afirma que a suspensão do contrato de trabalha foi legitimada pelo artigo 482 da CLT. A empresa disse ainda que as dispensas não têm qualquer ligação com a greve e foram baseadas em vandalismo, depredação de patrimônio público, incitação de passageiros a pular catracas e utilização do sistema de som dos trens e das estações para mensagens do sindicato. 

O TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) informa que a estabilidade de emprego não protege o funcionário de uma demissão por justa causa.

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