OAB quer apuração de detenção de advogados em ato

Após a detenção de dois advogados durante manifestação realizada na praça Rooseveltnesta terça-feira (1º), pela libertação dos estudantes Fábio Hideki e Rafael Marques — presos durante protesto contra gastos públicos na Copa do Mundo realizado na segunda-feira passada (23) —, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) declarou, em nota, que quer a apuração da ocorrência. 

De acordo com o texto, "comprometidos com a defesa intransigente das prerrogativas profissionais da profissão, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o Colégio de Presidentes das Seccionais da OAB, apoiando em todos os termos as providências já adotadas pela Seccional Paulista, reclamam das autoridades o fim da violência contra os que estão no exercício mais legítimo da profissão – a defesa contra a prepotência e o arbítrio, venha de onde vier –, se solidarizam com todos os advogados atingidos e cobram a exata apuração de todos os casos de violação de nossas prerrogativas e a punição dos responsáveis pelas ilegalidades".

Ainda segundo a ordem, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente do Conselho Federal da OAB, "parabenizou a OAB paulista pela postura que vem envidando no sentido de exigir o respeito as prerrogativas profissionais".

Pelo menos cinco pessoas foram detidas no ato desta terça-feira — todos já foram liberadas. Os advogados são integrantes do grupo Advogados Ativistas e foram apreendidos após questionarem os policiais militares presentes sobre a identificação em seus uniformes, segundo Silvia Dascal, uma das advogadas detidas.

— Contestamos que havia policiais sem identificação e exigimos a identificação desses policiais e fomos imediatamente detidos por desacato.

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Durante as manifestações, a PM tem adotado o artifício de identificar os policiais com números que fazem referência ao batalhão em que atuam em detrimento à antiga identificação pelo nome do integrante da corporação.

Após a detenção dos advogados, houve confronto entre outros manifestantes e policiais, que revidaram com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Os detidos foram encaminhados para o 78º Distrito Policial da capital.

A Polícia Militar esclarece que durante a manifestação ocorrida na praça Franklin Roosevelt houve um tumulto que resultou no encaminhamento de cinco pessoas ao 78º DP. Segundo a PM, a confusão começou quando um grupo, de aproximadamente 50 pessoas, investiu com violência contra os policiais, impedindo a realização da revista a um ativista que portava uma mochila de grandes proporções durante o ato. Com o objetivo de garantir a segurança dos policiais foi necessário o uso de gás lacrimogênio e de bala de borracha.

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