Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

PMs são suspeitos de atuar em chacina que matou bebê de 10 meses e em outros três massacres neste ano

Manoela Costa Romagnoli estava dentro de casa, na Vila Jacuí, e foi atingida por bala perdida

São Paulo|Josmar Jozino, da TV Record, e Alvaro Magalhães, do R7

Manoela foi morta na Vila Jacuí
Manoela foi morta na Vila Jacuí Manoela foi morta na Vila Jacuí

O cabo da PM Alexssandro Mora Olimpio é suspeito de dar cobertura aos matadores que, em 2 de fevereiro, cometeram uma chacina na Vila Jacuí, zona leste da capital. Na ocasião, três jovens e uma criança foram mortos.

Gabriel Silva Soares, Edvan Lemos Cordeiro e Mateus Lemos Cordeiro foram executados em uma praça. A pequena Manoela Costa Romagnoli, de dez meses, estava dentro de casa, e acabou atingida por uma bala perdida. O caso causou comoção na região.

O cabo Olimpio foi reconhecido por uma testemunha como o policial que, após a fuga dos atiradores, recolheu as cápsulas que estavam no local do crime. O material não foi apresentado na delegacia. A Justiça autorizou a Polícia Civil a realizar buscas e apreensões na casa do cabo e no armário dele no 2º Batalhão.

A prisão do policial chegou a ser pedida, no início do mês passado, mas foi negada.

Publicidade

O R7 apurou que a Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar identificaram PMs suspeitos de atuar nessa e em, ao menos, outras três matanças ocorridas neste ano na capital e na Grande São Paulo.

Na terça-feira (25), reportagem revelou que 10 das 14 chacinas registradas em 2015 na região metropolitana, incluindo o caso da Vila Jacuí, aconteceram depois de mortes de PMs.

Publicidade

Questionada na segunda-feira (24), a Secretaria da Segurança Pública se negou a responder sobre o andamento das apurações — a pasta limitou-se a dizer que um caso de Itapevi não foi concluído e que, até o momento, não há relação com as matanças de Osasco. Policiais civis ouvidos pelo R7, porém, disseram que os casos ainda não foram esclarecidos.

Confira abaixo as suspeitas que pesam contra policiais em chacinas deste ano:

Publicidade

Mogi das Cruzes (Grande SP)

24 DE JANEIRO: Três pessoas foram assassinadas no bairro Caputera. Cristian Silveira Filho, Ivan Marcos dos Santos Souza, Lucas Tomas de Abreu morrem na rua Waldir Carrião Soares. No mesmo dia, ocorrem outras duas mortes na cidade.

POLICIAL INVESTIGADO: Soldado Fernando Prado de Oliveira.

SUSPEITA: O soldado Oliveira foi indiciado pela Polícia Civil como um dos atiradores que atacaram o trio no Caputera.

ESTÁ ENVOLVIDO EM OUTROS CASOS? O policial é também suspeito de participar de outra chacina ocorrida na cidade. Entre 2014 e 2015, Mogi registrou cinco matanças.

O QUE DIZ A DEFESA? O soldado nega envolvimento nas chacinas. Colegas dizem que Oliveira é um policial bastante combativo e pode ser alvo de falsas denúncias.

Vila Jacuí (zona leste)

2 DE FEVEREIRO: Gabriel Silva Soares, Edvan Lemos Cordeiro e Mateus Lemos Cordeiro foram assassinados por homens encapuzados quando conversavam em uma praça da rua João Tavares. A pequena Manoela Costa Romagnoli, de apenas dez meses, que estava dentro de casa, também morreu, ao ser atingida por uma bala perdida.

POLICIAL INVESTIGADO: Cabo Alexssandro Mora Olimpio.

SUSPEITA: O cabo Olimpio foi reconhecido por uma testemunha como o policial que, após a fuga dos atiradores, recolheu as cápsulas que estavam no local do crime. Resolução da Secretaria da Segurança Pública proíbe que policiais militares alterem cenas de assassinato.

ESTÁ ENVOLVIDO EM OUTROS CASOS? O policial é apontado também como autor do ataque contra Diogo Santos da Silva, ocorrido em 2014, em Cidade A.E. Carvalho, bairro vizinho à região da chacina. Outro policial militar — o soldado Maxwell Wingerter — também foi indiciado.

O QUE DIZ A DEFESA? O cabo não participou diretamente da chacina. Ele não foi localizado pela reportagem.

Vila dos Remédios(zona oeste)

18 DE ABRIL: Oito integrantes da torcida Pavilhão Nove, do Corinthians, foram mortos na sede da agremiação. Foram executados André Luiz Santos de Oliveira, Jhonatan Fernando Garzillo, Jonathan Rodrigues do Nascimento, Fabio Neves Domingos, Marco Antônio Corassa Junior, Mateus Fonseca de Oliveira, Mydras Schmidt e Ricardo Junior Leonel do Prado.

POLICIAL INVESTIGADO: Soldado Walter da Silva Júnior.

SUSPEITA: O soldado Silva Júnior é apontado como um dos atiradores que cometeram a matança. Ele teria sido recrutado pelo ex-PM Rodney Dias dos Santos, que seria o chefe do tráfico na agremiação e teria decidido cobrar uma dívida.

ESTÁ ENVOLVIDO EM OUTROS CASOS? O policial é também suspeito de participar de uma chacina em 2014 na cidade de Carapicuíba.

O QUE DIZ A DEFESA? O soldado nega envolvimento no crime.

Osasco (Grande SP)

13 DE AGOSTO: Oito pessoas foram executadas em um bar da rua Antônio Benedito Ferreira, em Osasco. E outras dez pessoas foram assassinadas em pontos diferentes do município e da cidade vizinha Barueri. Os criminosos usaram um Peugeot e um Renault Sandero e uma moto.

POLICIAIS INVESTIGADOS: Soldados Alex Bezerra, Angelo Ribeiro, Cláudia do Nascimento, Fabrício Eleutério, Felipe Pacheco Mariano, Maksuel Carneiro, Mateus de Sampaio, Paulo Henrique da Silva, Paulo Tavares, Rodrigo de Oliveira, Rogério Bastos Oliveira e Rogério de Oliveira; cabos Jean Juliano Camargo e Willian Lima; sargentos Camilo Pardo Junior, Edilson Sant'Ana, Marcelo da Silva, Rosenil da Silva e Valter Gonçalves; tenente da reserva Carlos do Nascimento.

SUSPEITA: Um grupo de extermínio teria sido formado para vingar a morte do cabo Avenilson Pereira de Oliveira, morto durante assalto no dia 7.

ESTÃO ENVOLVIDOS EM OUTROS CASOS? Parte dos investigados já respondeu processos. O soldado Fabrício Eleutério, único preso até o momento, responde a processos por assassinatos ocorridos em Osasco em 2013.

O QUE DIZ A DEFESA? O soldado Eleutério nega envolvimento nos crimes. Ele disponibilizou à Corregedoria da PM as senhas de suas contas no celular para provar que não esteve nos locais dos ataques no último dia 13. Os demais policiais investigados não foram encontrados. Todos negam participação no massacre.

Leia mais notícias de São Paulo no R7

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.