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Prefeitos vão discutir proposta de transposição de rio para combater crise de água em SP

Projeto apresentado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, divide opiniões 

São Paulo|Do R7

A proposta do governador Geraldo Alckmin anunciada na tarde desta quarta-feira (19), de transpor água da bacia do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, para abastecer o Sistema Cantareira, em São Paulo, será discutida por prefeitos da região na próxima sexta-feira (21), em Campos do Jordão. A medida sofre resistência de moradores e divide a opinião dos prefeitos, que têm suas cidades abastecidas pelo Rio Paraíba do Sul.

O projeto consiste em retirar água de um dos braços da represa do Jaguari, na cidade de Igaratá, por meio de uma estação elevatória e levá-la ao reservatório Atibainha, em Nazaré Paulista, no Sistema Cantareira, por um canal com 15 km de extensão.

O prefeito de Pindamonhangaba e presidente do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte), Vito Ardito Lerário (PSDB), disse que será necessário um estudo para saber qual é a quantidade de água a ser direcionada ao Sistema Cantareira, para que os municípios não tenham o abastecimento prejudicado.

— Esse estudo terá que levar em consideração os municípios do Estado do Rio de Janeiro que também são abastecidos pelo rio Paraíba do Sul. Sabemos da importância do projeto devido à gravidade da situação pela qual passa o Sistema Cantareira, mas a proposta precisa ser melhor discutida.


Lerário acredita que a medida não afetará o abastecimento no Vale do Paraíba, pois seu nível é considerado bom.

— Essa questão vem sendo discutida desde o governo Montoro. Outro ponto que deveria ser levantado é a questão do tratamento das águas do rio Tietê. Guarulhos poderia começar a tratar seu esgoto de forma que o Tietê pudesse ter suas águas tratadas e abastecer a capital.


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O empresário Hélio Barbosa, de Igaratá, afirmou que a cidade iniciará um movimento para tentar evitar que a proposta seja colocada em prática.

— A cidade é contrária ao projeto e o nível do rio Jaguari vem registrando níveis baixos há oito meses. Se isso [projeto] ocorrer, nossa represa vai secar.

Segundo ele, que possui uma marina às margens da represa, nesses últimos oito meses, ela teria perdido 96 bilhões de metros cúbicos.

— Atualmente, a represa está oito metros abaixo de seu nível normal.

A Prefeitura de Igaratá informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o projeto não afetará o abastecimento na cidade, já que a água consumida pela população é proveniente de outra represa existente no centro da cidade. Segundo a assessoria, a represa do rio Jaguari foi construída para diminuir enchentes em algumas cidades do Vale do Paraíba. Ainda de acordo com a prefeitura, apenas o turismo náutico seria afetado com a baixa da represa. 

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