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Presidente da Sabesp garante água até novembro e defende bônus: "Racionamento não significa economia"

Dilma Pena foi ouvida em CPI e disse que será intensificada captação no Guarapiranga

São Paulo|Sylvia Albuquerque, do R7

Dilma Pena foi ouvida mais uma vez na CPI na Câmara de SP
Dilma Pena foi ouvida mais uma vez na CPI na Câmara de SP Dilma Pena foi ouvida mais uma vez na CPI na Câmara de SP

A presidente da Sabesp, Dilma Pena, informou durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), nesta quarta-feira (15), que o sistema de bônus foi mais eficiente que um possível racionamento de água em São Paulo. Ela alegou que 80% da população aderiu ao programa.

— Se tivéssemos estabelecido um racionamento desde janeiro, a água teria acabado em agosto. Racionamento não significa economia de água, apenas [causaria] uma revolta da população e maior consumo quando ela estiver disponível.

A executiva afirmou que continua sendo feita a diminuição da pressão noturna da água, que pode gerar falta em algumas regiões, principalmente em periferias onde não existe um armazenamento suficiente.

— Eu garanto que não existe racionamento. Nenhum bairro de São Paulo fica sem água por mais de 12 horas. A periferia sofre mais por nao ter armazenamento, mas controlamos isso 24 horas por dia.

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Dilma informou, ainda, que será intensificada a captação de água do sistema Guarapiranga nos próximos dias e que já foram iniciadas as obras para utilizar o segundo volume morto do Cantareira. Ela deu início ao depoimento por volta das 10h40 e foi acompanhada de mais de 50 funcionários da companhia. Questionada sobre a possível previsão de falta de chuvas no verão, a presidente afirmou que o primeiro volume morto do Cantareira acaba em novembro e a captação do segundo deve durar até abril de 2015. 

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A executiva foi questionada diversas vezes se a companhia amenizou a crise por conta das eleições e se atribui parte do problema de falta d'água ao governo do Estado. Ela negou omissão da situação da empresa e disse compartilha sim do problema por não considerar ser a única responsável pela crise. 

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— Eu divido este problema, esta crise, com o governo do Estado, com os conselheiros do colegiado, superintendentes, administradores e toda a população. Se a falta de chuva continuar, ainda teremos mais de 106 milhões de metros cúbicos de água para usar do Cantareira com toda a cautela.

Ela afirmou que agentes da Sabesp estão visitando casas e divulgando campanhas publicitárias pedindo o uso consciente da água. 

— A Sabesp não tem poder de polícia e trabalhamos apenas com a consciência, mas seria muito importante multar quem lava calçada, quem é pego disperdiçando água. Mas isso não cabe a nós. 

A CPI da Sabesp foi instalada no mês passado pela base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) para investigar o contrato da prefeitura com a empresa celebrado em 2010 na gestão Gilberto Kassab (PSD) e os casos de cortes no abastecimento de água na cidade pela Sabesp. Aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) apontam uso eleitoreiro da CPI e a Sabesp nega que haja racionamento de água na cidade.

Vazamento de áudio

A sessão dessa quarta-feira foi usada para troca de acusações após o vazamento de um áudio em que o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) chamou o vereador José Police Neto (PSD) de “vagabundo” e disse que a CPI não tem a menor consequência. Dilma Pena, presidente da Sabesp que prestou depoimento no dia 8, declarou que a comissão era “teatrinho” e que não daria em nada. A conversa ocorreu antes de Dilma começar a ser ouvida e o áudio vazou.

Neto se pronunciou logo no início da sessão e afirmou que irá processar Dilma e Matarazzo. 

— Minha filha me perguntou hoje de manhã se sou muito sem vergonha. Secretária Dilma, a senhora é muito sem-vergonha? Ministro Andrea, o senhor é vagabundo? Tenho certeza que não, que a senhora tem caráter, mas infelizmente a fala de vocês dois é arma dos fracos e não comporta desculpa. O que me trouxe a esta Casa foi minha educação. Jamais passei nos meus 42 anos um momento tão constrangedor.

A TV Câmara fazia uns ajustes no áudio antes da sessão começar e a conversa entre a executiva e Matarazzo acabou sendo gravada. A presidente também falou sobre o que aconteceu e afirmou que doi um comentário 'infeliz'. 

— Estou pessoalmente bastante constrangida. Sempre defendi a ética na política pública e resultados para sociedade. A conversa que tive particular e fora do período institucional desta Casa com um amigo de longa data me constrange profundamente. Foi um comentário infeliz. Em nenhum momento eu quis ou tive a intenção de macular a missão desta casa e muito menos a pessoa institucional e pessoal de cada um, manifesto aqui o meu constrangimento com essa matéria. 

Por meio de nota, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) afirma que está indignado com gravações e vazamentos de conversas privadas. De acordo com o político, a conversa travada entre ele e a presidente da Sabesp se trata de um trecho de um diálogo particular.

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