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Protesto de ontem em São Paulo terminou com 135 pessoas presas

Manifestação contra a Copa do Mundo começou pacificamente na avenida Paulista

São Paulo|Do R7

Homem tenta retirar mulher e criança de carro em chamas
Homem tenta retirar mulher e criança de carro em chamas

O protesto contra a Copa do Mundo realizado neste sábado (25) em São Paulo terminou com 135 pessoas presas. A informação foi confirmada na tarde deste domingo (26) pela SSP (Secretária de Segurança Pública). Todos os detidos já foram liberados.

O protesto começou pacificamente na tarde de ontem na avenida Paulista, mas terminou em confrontos e vandalismo no início da noite no centro da cidade. Um jovem foi alvejado por policiais militares e levado às pressas para a Santa Casa. Ele passou por cirurgia e continua internado em estado grave.

De acordo com as informações consolidadas da SSP, dentre os 135 detidos estavam 123 adultos e 12 menores de idade.

Eles foram presos “por crimes como danos, localização e apreensão de objeto, lesão corporal, resistência, porte de arma, porte de droga, dano qualificado e furto”.


Os detidos foram conduzidos para duas delegacias: o 78º Distrito Policial, nos Jardins, e o 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, onde foram ouvidos e posteriormente liberados. 

A polícia informou ainda que três agências bancárias e uma viatura da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram depredadas. Um fusca também foi incendiado.


Primeiro confronto

Com os black blocs na linha de frente, o protesto que começou pacífico, por volta das 17h no vão livre do Masp, na avenida Paulista, descambou para o confronto violento perto das 20h, quando o ato se encontrava nos arredores do Teatro Municipal. Naquele momento, havia pouco mais do que o dobro dos 700 manifestantes iniciais, de acordo com número repassado pela PM – embora coletivos tenham estimado entre 2.000 e 3.000 pessoas presentes.


O primeiro embate começou na rua Barão de Itapetininga. A reportagem do R7 acompanhou o momento em que black blocs começaram a atirar objetos, pedras e paus contra agentes da Polícia Militar. Em um primeiro momento, os policiais apenas se defenderam, para depois reagir.

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Houve um princípio de tumulto e agências bancárias foram depredadas. Policiais motorizados da Rocam (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas) logo foram acionados para dispersar os manifestantes, que correram em várias direções, principalmente para a avenida Ipiranga, na área da Praça da República, e para os arredores do Vale do Anhangabaú.

Em razão de eventos da Prefeitura de São Paulo na região central, muitas pessoas que estavam de passagem na área também acabaram tendo de correr. Nesse momento, pelo menos uma bomba de efeito moral foi lançada pela PM para dispersar os manifestantes. A PM informou que dois coquetéis molotov foram atirados por manifestantes contra policiais durante a confusão.

Um grupo de manifestantes que seguiu na direção da rua da Consolação colocou fogo em um Fusca, próximo da Praça Roosevelt, o que fez a via no sentido avenida Paulista ser fechada. Por volta das 20h20, os bombeiros apagaram o fogo. Algumas testemunhas disseram ao R7 que o veículo tentava desviar de um colchão em chamas, quando acabou se enroscando com o objeto, dando origem ao incêndio. 

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Outros black blocs tentaram virar uma viatura da Guarda Municipal. A Tropa de Choque, que estava de prontidão, foi acionada. Bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram utilizadas. Na rua Augusta, muitos manifestantes foram enquadrados pelos policiais militares e agentes do Choque, em formação, realizaram outra ação de dispersão dos que ainda permaneciam na área.

Um grupo procurou refúgio dentro de um hotel da Augusta, que também foi alvo de vandalismo. A polícia entrou no estabelecimento e lá efetuou várias prisões.

Ato começou na avenida Paulista

O protesto começou por volta das 17h no vão livre do Masp, na avenida Paulista, ponto de encontro para o ato que reuniu 700 pessoas, de acordo com a PM. Antes da caminhada, os manifestantes começaram o ato com a leitura de um manifesto contra o Mundial de futebol, que acontece em julho em 12 cidades brasileiras.

Segundo o estudante Felipe Aguiar, de 21 anos, integrante do coletivo Construção, o evento da Fifa atende apenas ao interesse de “empresários em crise”.

— Estamos aqui para criticar o investimento na Copa porque empresários que estão em crise vão usar dinheiro público para sair dessa crise. Queremos que o dinheiro público seja gasto com saúde, educação, moradia e transporte público.

A PM deslocou um efetivo de 2.000 homens para acompanhar a manifestação, que seguiu pacífica no trajeto entre a Paulista, passando pela avenida Brigadeiro Luis Antonio, e chegando nos arredores da Prefeitura de São Paulo. O grupo seguiu entoando palavras de ordem contra a Copa, mas também contra o governador Geraldo Alckmin e a Polícia Militar.

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