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Sabesp suspende chuva artificial no Alto Tietê

Empresa responsável pelo serviço fala em dificuldade em conseguir liberação para sobrevoo

São Paulo|

Empresa contratada para "fazer chover" foi contratada em fevereiro de 2014
Empresa contratada para "fazer chover" foi contratada em fevereiro de 2014 Empresa contratada para "fazer chover" foi contratada em fevereiro de 2014

Após registrar apenas 11 chuvas artificiais em oito meses, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) desistiu da técnica de "bombardeio" de nuvens para tentar recuperar o estoque de água do Sistema Alto Tietê, que tem hoje o pior nível (18,7%) entre os seis mananciais que abastecem a região metropolitana, considerando toda a reserva disponível nas represas.

Segundo a Sabesp e a ModClima, empresa responsável pelo serviço que despeja gotículas de água potável no interior de nuvens carregadas para provocar chuvas localizadas, o formato estreito dos reservatórios do manancial, o fluxo do vento na região e a dificuldade de obter autorização de voo quando as condições climáticas eram propícias para o bombardeio minaram a estratégia de induzir as chuvas sobre o manancial.

Majori Imai, diretora da ModClima, diz que muitas vezes se identificava nuvens ótimas para fazer o voo, mas não tinha autorização para decolar porque aquela região do Alto Tietê fica bem no meio da rota da ponte aérea Rio-São Paulo.

— Isso dificultou muito o nosso trabalho lá, enquanto que no Cantareira conseguimos produzir um monte de chuva.

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Governo do Estado torna oficial a crise hídrica na Grande SP

A empresa foi contratada por R$ 4,5 milhões em fevereiro de 2014, logo após o início da crise hídrica, para aplicar a técnica conhecida como semeadura de nuvens no Cantareira. Em julho, quando a crise já havia atingido também o Alto Tietê, usado pela Sabesp para socorrer bairros que eram atendidos pelo principal sistema, um novo contrato de dois anos foi firmado, no valor de R$ 3,7 milhões.

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De acordo com relatórios fornecidos pela Sabesp, entre agosto de 2014 e março deste ano, a ModClima conseguiu provocar apenas 11 chuvas no Alto Tietê, que resultaram em 6,6 bilhões de litros nas represas, volume consumido em apenas uma semana pelos moradores atendidos hoje pelo sistema. O melhor mês foi dezembro do ano passado, com sete chuvas. Depois de contar três precipitações entre janeiro e março, a Sabesp decidiu suspender o serviço e, nos mês passado, rescindir o contrato no Alto Tietê. No período, pagou R$ 1,1 milhão.

Segundo a Sabesp, as obras emergenciais inauguradas neste ano, como as transposições de água do Rio Guaió (até 1 mil litros por segundo) e da Represa Billings (até 4 mil l/s) para a Represa Taiaçupeba, em Suzano, na Grande São Paulo, serão mais eficientes na recuperação do Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas.

Já no Cantareira, a técnica tem sido eficiente, segundo as empresas. Os relatórios mostram que, entre março de 2014 e novembro deste ano, a ModClima conseguiu "fazer chover" 101 vezes sobre as represas da região de Bragança Paulista, acumulando 66 bilhões de litros nos reservatórios. O volume equivale a 6,7% da capacidade do sistema e garante 58 dias de consumo hoje, com o racionamento de água em curso.

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