Seis homens e uma mulher irão decidir futuro de Carla Cepollina
Julgamento começou por volta das 16h, com três horas de atraso
São Paulo|Gabriel Mestieri e Vanessa Sulina, do R7
Começou, por volta das 16h desta segunda-feira (5), o julgamento da advogada Carla Cepollina, acusada de matar o ex-coronel da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo Ubiratan Guimarães.
O coronel ficou famosos por comandar a operação que controlou uma rebelião deflagrada no Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção de São Paulo. A ação terminou com a morte de 111 presos, um dos mais sangrentos episódios da história penitenciária do País, e ficou conhecida como “massacre do Carandiru”.
Antes do início oficial do júri nesta segunda-feira, o juiz Bruno Ronchetti de Castro negou um pedido da Promotoria para que o julgamento fosse adiado e fez o sorteio dos jurados. Seis homens e uma mulher irão decidir o futuro de Cepollina.
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Falta
Suposta amante de Ubiratan na época em que ele foi morto, com um tiro no abdome, a policial federal Renata Azevedo Madi não irá depor no julgamento. Madi mora atualmente em Brasília (DF) e não é obrigada a comparecer ao julgamento justamente por ele ocorrer numa comarca diferente da de sua residência. O filho de Ubiratan, Fabrício Rejtman Guimarães, também não compareceu.
Testemunha da acusação, Madi é parte importante da tese do promotor João Carlos Calsavara, pois, segundo ele, Cepollina cometeu o crime porque achava que Ubiratan estava apaixonado pela policial. Apesar da crise de ciúmes, o promotor disse que não há prova de traição e que o “coronel era um homem gentil, inteligente, que tratava bem as mulheres”.
Denunciada à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo no dia 8 de novembro de 2006, a advogada Carla Cepollina quase escapou do julgamento. Menos de dois anos depois, no dia 30 de outubro de 2008, o juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, decidiu arquivar o caso. Na avalição da Justiça, não existiam provas suficientes para incriminar a advogada. Na época, o magistrado também registrou que Carla foi a única investigada e que os trabalhos de apuração teriam sido “rasos”.
Acusada por crime triplamente qualificado, já que o motivo foi torpe, fútil e impossibilitou a defesa da vítima, Calsavara disse que ela poderá pegar de 12 anos a 30 anos de prisão. Acima dos oito anos, a ré irá cumprir pena em regime fechado.
Coronel Ubiratan
Alvo de críticas dos defensores dos Direitos Humanos, Ubiratan ganhou a simpatia de setores mais conservadores. A popularidade rendeu a ele uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado, em 2002, posto que já havia ocupado na condição de suplente. Nas eleições daquele ano, já militar reformado, disputou a vaga de deputado estadual pelo PPB e conseguiu 56.155 votos.
Na ocasião, utilizou o polêmico número 11.190. Em 2006, empunhando a bandeira da segurança pública, tentou a reeleição e, mais uma vez, o “111” apareceu no número da candidatura (14.111).
Em setembro daquele ano, foi encontrado morto, com um tiro na barriga, no apartamento onde morava, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista.
Assista ao vídeo:
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