Suposta amante de Ubiratan não deve depor em julgamento de Carla Cepollina
Policial federal mora em Brasília e não é obrigada a comparecer
São Paulo|Gabriel Mestieri e Vanessa Sulina, do R7
Suposta amante do coronel Ubiratan Guimarães na época em que ele foi morto com um tiro no abdômen (em 2006), a policial federal Renata Azevedo Madi não deve depor no julgamento de Carla Cepollina, acusada de matar o homem conhecido por comandar o massacre do Carandiru.
Madi mora atualmente em Brasília (DF) e não é obrigada a comparecer ao julgamento justamente por ele ocorrer numa comarca diferente da de sua residência.
Marcado para começar às 13h desta segunda-feira (5), o julgamento não havia iniciado até as 15h. No horário, o juiz do caso, Bruno Ronchetti de Castro, analisava pedidos da Promotoria e da defesa de Cepollina. Não está descartada a possibilidade de o julgamento ser adiado, embora a mãe de Cepollina, que também é sua advogada, Liliana Prinzivalli, ter afirmado que não tentaria remarcar o júri para uma nova data.
Leia mais notícias de São Paulo
Denunciada à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo no dia 8 de novembro de 2006, a advogada Carla Cepollina quase escapou do julgamento. Menos de dois anos depois, no dia 30 de outubro de 2008, o juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, decidiu arquivar o caso. Na avalição da Justiça, não existiam provas suficientes para incriminar a advogada. Na época, o magistrado também registrou que Carla foi a única investigada e que os trabalhos de apuração teriam sido “rasos”.
Testemunha da acusação, Madi é parte importante da tese do promotor João Carlos Calsavara, pois, segundo ele, Cepollina cometeu o crime porque Ubiratan estaria apaixonado pela policial.
Apesar da crise de ciúmes, o promotor disse que não há prova de traição e que o “coronel era um homem gentil, inteligente, que tratava bem as mulheres”.
Acusada por crime triplamente qualificado, já que o motivo foi torpe, fútil e impossibilitou a defesa da vítima, Calsavara disse que ela poderá pegar de 12 anos a 30 anos de prisão. Acima dos oito anos, a ré irá cumprir pena em regime fechado. O promotor informou que como Carla é ré primária, tem bons antecedentes e permaneceu solta até o julgamento, ele poderá permitir que ela recorra em liberdade.
Ao longo de seus mais de 30 anos de vida militar, o coronel Ubiratan comandou o Policiamento Metropolitano, de Choque, e o regimento “9 de Julho” (cavalaria), além de assumir o comando interino de outros grupamentos, como a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Mas seu nome ganhou projeção nacional a partir de 1992, quando esteve à frente da operação para conter uma rebelião deflagrada no Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção de São Paulo.
A ação terminou com a morte de 111 presos, de acordo com os números oficiais da época. O episódio, um dos mais sangrentos da história penitenciária do País, ficou conhecido como “massacre do Carandiru”.
Assista ao vídeo:
{ "data": { "id": "5097f9d52bc24309d40337d4", "namespace": "videos", "content": "%3Ciframe%20width%3D%22445%22%20height%3D%22270%22%20frameborder%3D%220%22%20marginheight%3D%220%22%20marginwidth%3D%220%22%20scrolling%3D%22no%22%20src%3D%22http%3A%2F%2Fvideos.r7.com%2Fr7%2Fservice%2Fvideo%2Fplayervideo.html%3FidMedia%3D5097b3216b710e8e3872e7f2%22%3E%3C%2Fiframe%3E" }, "embedded": { "_id": "5097f9d52bc24309d40337d4", "content": "%3Ciframe%20width%3D%22445%22%20height%3D%22270%22%20frameborder%3D%220%22%20marginheight%3D%220%22%20marginwidth%3D%220%22%20scrolling%3D%22no%22%20src%3D%22http%3A%2F%2Fvideos.r7.com%2Fr7%2Fservice%2Fvideo%2Fplayervideo.html%3FidMedia%3D5097b3216b710e8e3872e7f2%22%3E%3C%2Fiframe%3E", "dimensions": null, "embeddable_id": null, "name": null, "disable_adv": false, "section_name": "noticias", "videos": [] } }