Sindicato recomenda que lojas fechem as portas durante o protesto

O Sindilojas (Sindicato dos Lojistas de São Paulo) aconselhou aos lojistas que fechem as portas durante o quinto protesto contra aumento das tarifas que será realizado em São Paulo a partir das 17h desta segunda-feira (17).

De acordo com o presidente do sindicato, Ruy Nazarian, a recomendação serve tanto para os comerciantes que ficam nas proximidades do largo da Batata, onde acontece a concentração do protesto, como as lojas na Teodoro Sampaio, e também em outras localidades por onde a manifestação irá passar.

— Melhor fechar e esperar até amanhã para abrir novamente na hora da passeata e evitar qualquer quebra-quebra na loja dele.

Seguindo a recomendação, a Casa & Móvel, Shopping da Decoração, loja especializada em móveis e itens de decoração na rua Teodoro Sampaio vai fechar quatro horas mais cedo. De acordo com a administração do estabelecimento, o fechamento das portas é uma medida de precaução devido ao protesto.

Na mesma via, segundo a vendedora Mabel Silva, da Bazzi Móveis, a administração do estabelecimento está esperando a manifestação começar para tomar uma decisão.

— Começar o protesto para decidir e ver como vai ser... A gente está com medo mesmo.

Apesar do protesto, a assessoria de imprensa do Grupo Pão de Açúcar informou que a unidade localizada na Teodoro Sampaio não será fechada. O supermercado funciona 24 horas na via. 

Prejuízo

Muitos comerciantes da região também reclamam que a manifestação prejudica o movimento. De acordo com a consultora de vendas Mary Oliveira, da loja Dunélli especializada em itens de decoração, não se pode atender um cliente preocupado com o que está acontecendo na rua.

— A rua para, o movimento para, prejudica tudo. As pessoas não fazem as coisas pacificamente e as coisas acabam tomando outro rumo e acaba virando vandalismo.

A loja, na rua Teodoro Sampaio, que fecha normalmente às 21h, nesta segunda (17) encerrou o expediente por volta das 16h30. Os 15 funcionários no local ficaram dentro do estabelecimento terminando os trabalhos.

Uma vendedora da loja Clami que não quis se identificar também reclamou da mesma situação.

— Prejudica muito a gente que trabalha na região. Todo mundo fica com medo de vir para cá.

Trajeto só vai ser decidido na hora da manifestação

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O protesto é organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre). A organização acredita que cerca de 40 mil pessoas participem do quinto protesto chamado de "o grande ato" e já identificado nas redes sociais pela hashtag #vemprarua. Só pelo Facebook, mais de 230 mil pessoas confirmaram participação.

Movimento Passe Livre

Os quatro protestos que pararam São Paulo, nos últimos dias, são organizados pelo Movimento Passe Livre. O MPL tem como principal bandeira a mudança do sistema de transporte das cidades da iniciativa privada para um modelo público, "garantindo o acesso universal através do passe livre para todas as camadas da população". O movimento calcula que 37 milhões de brasileiros deixam de se utilizar do transporte público por não poder arcar com o custo das passagens.

Na prática, o MPL quer que o transporte público seja gratuito. Portanto, a briga não é somente contra o aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte coletivo em São Paulo — de R$ 3,00 para R$ 3,20. Sua carta de princípios diz que "o MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos trabalhadores e da população".