Suspeitos de matar dentista queimada em São Bernardo do Campo confessam crime, diz delegado
Cinthya Magaly de Souza morreu queimada após bandidos roubarem R$ 30 de sua conta
São Paulo|Filippo Cecilio, do R7
Os três suspeitos de atear fogo e matar a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza durante um assalto na manhã de quinta-feira (25), em São Bernardo do Campo, confessaram a autoria do crime, informou o delegado geral da Polícia Civil Luiz Maurício Blazek. Segundo o delegado, o uso do álcool e fogo era a forma que a quadrilha usava para ameaçar as vítimas de seus crimes.
— Atear fogo era uma forma de ameaça deles. Eles usavam um isqueiro. Um indício muito forte de que eles são os responsáveis pelo crime é que o anel da vítima estava na carteira de um dos elementos.
A prisão aconteceu na madrugada deste sábado (27) em Diadema. Foram detidos Jonatas Cassiano Araújo, Vitor Miguel de Souza e um menor de idade. O quarto integrante da quadrilha, identificado como Tiago de Jesus Pereira, ainda está foragido.
O grupo é suspeito de envolvimento em outros casos semelhantes que ocorreram neste mês de abril na capital. No dia 12, a quadrilha assaltou uma Clínica Dentária, na rua Padre Arlindo Vieira, Sacomã, zona sul da capital. Eles fingiram ser pacientes e anunciaram o assalto. Amordaçaram e vendaram a dentista e um paciente no local, levando os cartões bancários.
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Enquanto um fazia as vítimas de refém com uma arma prata, os outros dois saíram em um Audi preto — mesmo modelo usado no assalto ao consultório de Cinthya — em direção a um posto de combustível, para sacar dinheiro. Após a ação, os criminosos abandonaram as vítimas e fugiram do local com o carro da dentista. A ação foi filmada pelo circuito interno do posto e da clínica.
Jonatas, considerado chefe da quadrilha, teve a prisão temporária de 30 dias decretada na noite desta sexta-feira (26) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele foi identificado por meio de imagens da câmera de segurança de um posto de gasolina, onde tentou sacar dinheiro com o cartão roubado da dentista. Ele foi reconhecido por, pelo menos, seis testemunhas. Os outros dois suspeitos tiveram seus retratos falados divulgados pela polícia na tarde de sexta-feira (26).
O crime
A dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, foi queimada viva durante um assalto dentro de seu consultório, na rua Copacabana, bairro do Jardim Anchieta, em São Bernardo do Campo. De acordo com a Polícia Militar, Cinthya atendia uma paciente — cujo nome não foi divulgado — quando criminosos apertaram a campainha. Um dos bandidos disse que precisava de atendimento odontológico e a dentista abriu o portão. Logo, mais dois invadiram a casa. A paciente ficou com os olhos vendados durante toda a ação e teve a bolsa, o celular e dinheiro roubados.
Cinthya disse que estava com pouco dinheiro, mas forneceu o cartão do banco e a senha. Os criminosos sacaram R$ 30 da conta da dentista em um banco próximo ao local do crime.
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Segundo a paciente, única testemunha do crime, por volta das 12h30, a dentista começou a passar mal e, um dos bandidos, que aparentava ser menor de idade, resolveu encharcá-la com álcool para assustá-la. Segundo informações da polícia, eles queimaram a vítima por não terem conseguido levar mais dinheiro.
De acordo com o delegado seccional de São Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, a paciente — que não ficou ferida — conseguia ouvir a dentista gritando "não faz isso" e pedindo socorro.
— Ela tentou apagar o fogo quando os bandidos fugiram, mas não foi possível. A dentista morreu em menos de três minutos.
Assista ao vídeo: