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Testemunhas sentem medo de Mizael, sugere promotor 

Réu foi retirado do plenário e não assistiu a nenhum dos depoimentos do primeiro dia 

São Paulo|Ana Cláudia Barros e Vanessa Beltrão, do R7

O policial reformado e advogado Mizael Bispo, acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima em maio de 2010, não assistiu aos depoimentos do primeiro dia do seu julgamento. As três testemunhas ouvidas no plenário nesta segunda-feira (11) pediram que o réu se retirasse. 

Na avaliação do promotor do caso, Rodrigo Merli, isso demonstra “que todas as pessoas sentem temor do acusado”. 

— Para nós, isso reforça a sua periculosidade. Testemunhas, inclusive técnicas, se sentem incomodadas com a presença dele. Mas isso é um direito da testemunha, não tem como a defesa se opor a isso.

Primeiro dia


O primeiro dia de julgamento foi marcado pela emoção da família da vítima e por troca de farpas entre Ministério Público e defesa. O júri teve início pela manhã com o depoimento do irmão de Mércia, Márcio Nakashima, que alegou constrangimento para justificar a retirada de Mizael do plenário. Emocionado, ele chorou durante o depoimento e falou sobre a relação da irmã com o réu.

Já no período da tarde, foi a vez do biólogo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo. Na época do crime, ele fez a análise da alga encontrada no solado do sapato do réu. Ele destacou que para a vegetação ter aderido à parte debaixo do calçado, Mizael teria que ter entrado na represa de Nazaré Paulista, interior de São Paulo, onde o corpo e o carro de Mércia foram encontrados.


A terceira testemunha foi o engenheiro Eduardo Amato, especialista em telecomunicações convocado pela acusação. Durante o depoimento, que durou quase três horas, o Ministério Público e defesa discutiram em diferentes momentos. O engenheiro apresentou um relatório técnico de análise de conexão de ERBs (Estações Rádio Base), mostrando que pouco depois das 21h de 23 de maio, dia em que a vítima desapareceu, o celular de Mizael foi captado por uma ERB da rua Antônio Tava, em Guarulhos, após receber uma ligação.

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O especialista afirmou que seria impossível essa antena captar o sinal, caso o acusado estivesse nas imediações do Hospital Geral de Guarulhos, como sua defesa sustenta. Segundo os advogados, naquela noite, Mizael estava com uma garota de programa e o encontro dos dois foi a 300 metros de onde ele havia deixado o carro, no estacionamento do hospital. A declaração do engenheiro colocou em xeque o álibi.

Segundo dia 

O julgamento está previsto para recomeçar nesta terça-feira a partir das 9h. Serão ouvidas mais duas testemunhas de acusação: o delegado responsável pelo caso, Antônio de Assunção Olim, e o advogado Arles Gonçalves Junior.

O assistente da promotoria, Alexandre de Sá Domingues, adiantou que os depoimentos neste segundo dia vão destacar outros materiais que foram encontrados no sapato do réu, além da alga existente na represa onde o carro e o corpo da vítima foram encontrados. Entre eles, estão resquícios de osso humano, vestígios de sangue e metal compatível com projétil de arma de fogo.

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A expectativa é de que as testemunhas convocadas pela defesa também comecem a prestar depoimento no mesmo dia. Dentre elas, está Rita Maria de Souza, que teria prestado serviços no escritório de advocacia em que o réu e a vítima eram sócios. Ela deve falar sobre a relação do casal, que namorou por quatro anos.

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A previsão é de que o julgamento dure até a próxima sexta-feira (15). Ao todo, 11 testemunhas foram arroladas — cinco de acusação, outras cinco de defesa. Uma foi chamada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, que preside o júri.

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