“Hemorragia interna aguda traumática”. Esta teria sido a causa da morte da motorista Maria Irlene Soares da Silva, de 43 anos, segundo declaração de óbito do IML (Instituto Médico Legal). Maria Irlene morreu na última quinta-feira (13), durante cirurgia de lipoaspiração e colocação de implantes de silicone. O procedimento foi realizado na Clínica Wagner Fiorante, na Vila Nova Conceição, zona sul de São Paulo. O R7 teve acesso ao documento por meio de familiares da motorista. A declaração de óbito traz ainda como causa mortis da paciente “trauma abdominal”/“instrumento cirúrgico”. Segundo cartilha elaborada pelo Ministério da Saúde, "para preencher adequadamente uma declaração de óbito, o médico deve declarar a causa básica do óbito em último lugar, estabelecendo uma sequência, de baixo para cima, até a causa terminal ou imediata".Leia mais notícias de São PauloVeja outras cirurgias plásticas que terminaram em tragédia A reportagem ligou para a clínica e para o celular da secretária do médico diversas vezes mas, até a publicação desta matéria, não havia obtido retorno. Procurado, o delegado Paul Henry Verduraz, responsável pela investigação do caso, informou que ainda não teve acesso ao documento e, por esta razão, não iria se manifestar. À polícia, o médico afirmou que havia feito todos os exames necessários em Maria Irlene e que ela teria sofrido uma “parada cardíaca”durante a cirurgia. No início do ano, outra mulher morreu durante lipoaspiração realizada na Clínica Wagner Fiorante. Segundo o delegado Verduraz, a paciente teve "perfuração de órgãos". Por esse episódio, o médico poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Indignada, a irmã da motorista Maria Alice afirmou que a família pretende processar a clínica. — A gente tem que abrir um processo e fechar aquela clínica. Hoje foi minha irmã, amanhã pode ser um parente seu. O laudo necroscópico, que irá fornecer informações mais detalhadas sobre a causa da morte da motorista, deverá ser concluído em 30 dias.