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Usuários não precisarão largar crack para entrar em programa de emprego e moradia

Moradores de barracos na Cracolândia terão trabalho remunerado, alojamento e alimentação

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Retirada dos demais barracos vai ocorrer na quarta-feira (15); 300 pessoas concordaram em sair e ir para hoteis
Retirada dos demais barracos vai ocorrer na quarta-feira (15); 300 pessoas concordaram em sair e ir para hoteis

Os dependentes químicos que saírem dos barracos na Cracolândia, centro de São Paulo, a partir desta terça-feira (14), e forem incluídos no programa Braços Abertos, da prefeitura, não precisarão largar as drogas, segundo a secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Luciana Temer. A ação vai oferecer alojamento, alimentação e trabalho, inicialmente, a 300 pessoas.

— Largar a droga não é um pressuposto para entrar no programa. Até porque ninguém é ingênuo o suficiente para achar que, “eu assino aqui, então eu largo a droga e vou ganhar R$ 15 por dia”. A proposta é de despertar nessas pessoas o desejo pela transformação.

Segundo a secretária, aqueles que não estiverem em condições de trabalhar as quatro horas por dia — em serviços de zeladoria de praças — poderão continuar a receber o valor, desde que aceitem o tratamento em uma unidade do Capes (Centro de Atenção Psicossocial).

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A prefeitura começou a remover os primeiros barracos na tarde desta terça-feira. Em um dos quatro hotéis da região, na esquina da alameda Dino Bueno com a rua Helvetia, alguns usuários de drogas já eram encaminhados aos quartos.

A ação é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde e envolve outras cinco pastas: Governo; Desenvolvimento e Assistência Social; Segurança Urbana; Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo; e Serviços.


Os secretários ressaltam que os inscritos no programa serão monitorados 24 horas. Membros da ONG Brasil Gigante ficaram responsáveis por organizar o alojamento e os grupos de trabalho. Solteiros dividirão quartos, os demais ficarão para famílias e casais.

A iniciativa, segundo a prefeitura, é baseada em um modelo adotado na Holanda com usuários de álcool. A adaptação paulistana será ajustada conforme for implantada. O próprio prefeito Fernando Haddad admitiu que pode haver dificuldades.


— Não sei quais problemas vão advir dessa iniciativa, mas eles ocorrerão e nós estaremos um acompanhamento fino, um monitoramento diário para ir cobrindo as eventuais deficiências dessa iniciativa inédita. Nós vamos apreender com ela. Ela não vai nascer perfeita. 

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