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Vazamento de gás atinge terminal de cargas em Guarujá

Corpo de Bombeiros confirmam quatro vítimas da própria empresa que tiveram intoxicação

São Paulo|Do R7, com Estadão Conteúdo

Bombeiros combatem o incêndio
Bombeiros combatem o incêndio Bombeiros combatem o incêndio
Fumaça sobre terminal de cargas
Fumaça sobre terminal de cargas Fumaça sobre terminal de cargas
Ao longe, vê-se a fumaça espalhada
Ao longe, vê-se a fumaça espalhada Ao longe, vê-se a fumaça espalhada
Prefeitura pediu que moradores das imediações deixem região
Prefeitura pediu que moradores das imediações deixem região Prefeitura pediu que moradores das imediações deixem região

Um incêndio provocou um vazamento de um composto químico em uma empresa de logística e transporte de cargas, por vota das 15h desta na tarde desta quinta-feira, no Guarujá, litoral sul do Estado.

Informações iniciais do Corpo de Bombeiros indicam que ao menos quatro pessoas sofreram intoxicação. Outras 52 pessoas procuraram postos de saúde na região.

Os bombeiros do Guarujá solicitaram apoio de São Paulo, que enviou três carros-bomba e uma viatura destinada a casos de vazamento de Produtos Perigosos.

Moradores de Vicente de Carvalho, distrito onde fica o terminal, relatam que o bairro está tomado pela fumaça.

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A Localfrio, especializada em logística e transporte, informou que o contêiner incendiado contém dicloro isocianúrico de sódio. 

Trata-se de um produto sólido, usada na limpeza de piscinas, que provavelmente liberou gases ao entrar em contato com outra substância.

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“Todas as autoridades foram acionadas imediatamente e já estão no local”, afirmou a Localfrio por meio de nota. “Os motivos do acidente estão sendo apurados por técnicos contratados brevemente forneceremos mais informações. A empresa está avaliando o ocorrido a fim de tomar todas as medidas necessárias para minimizar as consequências do ocorrido.”

O terminal da Localfrio opera com cargas frigoríficas, sem interface marítima. Segundo a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), as instalações da empresa não abrangem a área de cais, e as cargas operadas com navios ocorrem principalmente por meio do terminal de contêineres da Santos Brasil.

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Corrosivo, cloro pode provocar intoxicação

Rogério Machado, professor de Química e Meio Ambiente do Mackenzie, recomenda que os moradores da região procurem se distanciar da fumaça.

— O cloro é uma substância corrosiva, que pode atacar pele, olhos e vias respiratórias. Quem entrar em contato com a substância e sentir irritações deve procurar imediatamente um hospital.

Ele diz que, mesmo que a inalação do produto provoque intoxicação, não se deve induzir o vômito.

— O vômito induzido pode provocar mais queimaduras internas. É preciso que a pessoa intoxicada seja medicada com um produto que neutralize o cloro.

Machado afirma também que o combate ao fogo no terminal de cargas é complicado, pois o Corpo de Bombeiros não pode usar água em demasia.

— A água não vai aumentar o fogo, mas vai liberar mais cloro. É difícil controlar o incêndio apenas com espuma, mas a água tem de ser usada com cautela, para que a liberação de cloro seja a menor possível.

O professor diz que é possivel que a substância realmente seja dicloroisocianurato de sódio. 

— É um produto que possui muito cloro ativo.

Orientações da Prefeitura

A Prefeitura afirma que as pessoas que moram em um raio de até 100 metros do terminal (ou seja, que residem no quadrante das avenidas Alvorada, Adriano Dias dos Santos, Santos Dumont e rua Santidade Papa Paulo VI, além do Sitio Conceiçãozinha, que está no entorno do local) devem deixar a região e procurar a casa de amigos ou parentes.

Moradores de locais adjacentes que não puderem deixar o local devem permanecer dentro de casa e utilizar panos secos para vedar possíveis frestas (como as que há embaixo da porta). Não se deve utilizar pano molhado.

Quem precisar de atendimento médico por irritação nos olhos, dificuldades de respirar, tontura ou náuseas deve procurar a UPA Boa Esperança, UPA Rodoviária e UPA Enseada, ou chamar o Samu, por meio do telefone 192. Por causa da fumaça, a UPA Vicente de Carvalho foi fechada e os pacientes e funcionários, transferidos.

De acordo com a Prefeitura, não se deve permanecer na rua e nem se dirigir ao local do incêndio, pois a presença da substância na chuva pode causar problemas à saúde.

Gabinete de crise

A Prefeitura do Guarujá montou um gabinete de crise para enfrentar o problema. A Cetesb e a Defesa Civil participam do órgão, assim como outras secretarias da cidade.

O governo municipal solicitou à Localfrio a relação de todas substâncias que estão nos contêineres armazenados no local do vazamento. De acordo com a prefeitura, há 60 contêineres no local.

Empresas vizinhas à Localfrio suspenderam as atividades. Em comunicado enviado à imprensa, a Codesp afirma que as manobras de entrada e saída de navios para o terminal de contêineres da Santos Brasil foram suspensas preventivamente pela Capitania dos Portos até que a situação se normalize. A Codesp ainda esclarece que os demais terminais do Porto de Santos operam normalmente.

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