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Vigia que morreu em frente a hospital foi vítima de “preconceito e racismo”, diz família

O homem ficou cerca de uma hora agonizado de dor, mas não recebeu atendimento

São Paulo|Guilherme Lima, do R7

O vigia ficou cerca de uma hora agonizando em frente ao hospital
O vigia ficou cerca de uma hora agonizando em frente ao hospital O vigia ficou cerca de uma hora agonizando em frente ao hospital

A família do vigia Nelson França, de 48 anos, acredita que ele foi vítima de preconceito ao ter atendimento negado no Hospital Santo Expedido, no bairro Colônia Japonesa, na zona leste da capital. O homem morreu após ficar cerca de uma hora caído em frente ao hospital, na madrugada de quarta-feira (16).

O local só recebe pacientes particulares ou de convênio, motivo alegado por um integrante da equipe de plantão para recusar o atendimento. De acordo com Roseli Ribeiro, cunhada de França, um pai de família não pode ser tratado dessa forma.

— Acredito que o Nelson tenha sido vítima de preconceito e racismo. Ele sofreu discriminação pela sua classe social e cor. O que deixa a gente mais triste é que não fizeram nada.

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Uma mulher presenciou o sofrimento do vigia e o filmou agonizando na porta do hospital. Como não houve atendimento, o homem acabou sendo socorrido por uma viatura do Corpo de Bombeiros e levado a outro hospital, onde morreu. A família acredita que o hospital poderia ter salvado a vida do paciente. O laudo provisório do IML aponta que a causa da morte foi embolia pulmonar, mas o laudo definitivo deve sair em cinco dias.

A autora do vídeo já foi ouvida pelo delegado do 53º Distrito Policial - Parque do Carmo. Ainda de acordo com Delcídio de Souza, também cunhado de França, a mulher recebeu ameaças de funcionários da unidade, caso divulgasse as imagens.

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Testemunhas disseram que ouviram os enfermeiros falarem que o vigia aparentava estar bêbado. A família não coloca culpa alguma no cobrador e no motorista de uma lotação que o levaram ao hospital.

França foi descrito pelos familiares como amigo, religioso e bastante presente na família. Segundo Souza, ele se importava muito com os filhos.

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— Ele trabalha à noite e, toda manhã, passava na padaria antes de ir para casa. Na quinta-feira (17), os filhos esperaram e ainda não sabiam que ele não viria mais.

O advogado Ademar Gomes, que representa a família de França, disse que vai entrar na Justiça e cobrar danos morais e materiais de R$ 1,5 milhão do Hospital Santo Expedido. Segundo o advogado, os processos serão por omissão de socorro. Ele afirmou ainda que o médico e o presidente do hospital serão denunciados ao CRM (Conselho Regional de Medicina) por omissão de socorro também.

— Tanto o hospital, o presidente, os diretores e o médico serão processados na Vara Cível. Na Vara Criminal, os diretores, o médico que estava de plantão, o enfermeiro que negou atendimento e os presidentes serão processados.

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