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Cientistas descobrem como vírus ebola afeta sistema de imunológico

Doença já matou mais de mil pessoas

Saúde|

Surto de ebola que afeta Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, havia gerado 1.848 casos e 1.013 mortes
Surto de ebola que afeta Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, havia gerado 1.848 casos e 1.013 mortes Surto de ebola que afeta Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, havia gerado 1.848 casos e 1.013 mortes

Uma proteína do vírus ebola afeta o sistema natural de defesa das células e abre a caminho para a infecção da doença mortal, informou nesta quarta-feira (13) a revista "Cell Host & Microbe" com base em um estudo científico.

"Durante muito tempo soubemos que a infecção com o vírus ebola obstrui uma importante molécula de imunidade chamada interferona", assinalou Gaya Amarasinghe, da Escola de Medicina da Universidade Washington. "Agora que conhecemos como o vírus de ebola impede a resposta imunológica, podemos orientar o desenvolvimento de novos tratamentos", acrescentou a cientista sobre a pesquisa, realizada em uma parceria entre a Escola Icahn de Medicina em Mount Sinai, em Nova York, e o Centro Médico Sudoeste da Universidade do Texas.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), até a última segunda-feira (11), o surto de ebola que afeta Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, havia gerado 1.848 casos e 1.013 mortes. A doença, antes conhecida como febre hemorrágica ebola, é um mal grave, com uma taxa de mortalidade de 90 %. A infecção é transmitida através do contato direto com o sangue, fluidos corporais e tecidos de animais ou pessoas infectadas.

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Os pesquisadores identificaram a proteína citada como VP24 e assinalaram que a mesma opera impedindo que a transcrição do fator STAT1, o portador da mensagem antiviral da interferona, chegue ao núcleo da célula e inicie a resposta de imunidade. Essa transcrição ocorre por via de um subconjunto de transportadores nucleares conhecidos como carioferinas alfa (KPNA, na sigla em inglês).

Como parte de uma resposta rápida, a célula normalmente permite uma "via de acesso de emergência" do STAT1 ao núcleo celular. "Normalmente a interferona faz com que o STT1 entre no núcleo da célula, onde ativa os genes para centenas de proteínas que se somam à resposta contra o vírus", apontou Daisy Leung, da Escola de Medicina da Universidade Washington. "Mas, quando a VP24 está junto ao STAT1, não consegue ingressar no núcleo", acrescentou. 

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De acordo com os cientistas, a proteína VP24, em vez de bloquear todas as transferências nucleares, se regula para obstruir a via de acesso de emergência do STAT1. "Este estudo, junto com observações prévias, indica que os diferentes vírus podem explorar regiões críticas dos transportadores KPNA para realçar a replicação viral", apontou o artigo.

"Ao atacar o lugar de enlace das KPNA, que é crucial para o reconhecimento do STAT1 e a transferência ao núcleo, o vírus do ebola desabilita o sinal antiviral celular intrínseco e, com isso, facilita a replicação viral sem impacto no transporte normal de carga celular", acrescentou. Esta compreensão do método que o vírus do ebola utiliza para paralisar o mecanismo de defesa celular serve de referência para compostos farmacêuticos que "reaplica o vírus de ebola à interferona", concluiu.

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