Coordenadora de posto conta que pacientes estão com "pé atrás" com médica estrangeira
Moradores de Indaiatuba ainda não se acostumaram com profissional, mas agenda está lotada
Saúde|Do R7*
Há cerca de um mês, o PSF (Pronto-Socorro de Família), em Indaiatuba, São Paulo, conta com ajuda de uma profissional estrangeira: a africana Kátia Miranda, 62 anos de idade. Ela faz parte do programa Mais Médicos do governo federal. Além da preocupação em ajudar a médica a se adaptar à sua nova rotina, a coordenadora do posto, Tereza Barbosa, revela que ela e seus funcionários ajudam os pacientes a aceitar bem a nova profissional da equipe.
— Alguns pacientes que vêm aqui por anos ficam com o pé atrás por ser atendido por ela. O que é compreensível no começo, eles preferem ainda os outros médicos que estão aqui a mais de um tempo, que eles conhecem e já tem histórico.
A unidade de saúde que Tereza coordena atende a 11 mil pessoas da região. Kátia, especialista em medicina familiar, faz parte da equipe de atendimentos no pronto-socorro.
— Mesmo com alguns pacientes mais intolerantes, em uma semana de atendimento, preenchemos a agenda dela, com pacientes mais flexíveis e que não se importam em ser atendidos por ela. Até agora não houve nenhuma reclamação.
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Segundo a coordenadora, com o tempo, os moradores de Indaiatuba se acostumarão com ela.
— É por que isso é começo. Com qualquer médico é assim. Daqui um tempo, ela será conhecida pelo seu trabalho, terá seus próprios pacientes e estará superado.
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Atendimento
A consulta de Kátia dura em cerca 20 minutos. Ela conversa, examina e medica em casos como hipertensão, dores de coluna, diabetes. Os casos mais graves, ela encaminha para o hospital da região. Glaucia de Aguiar, 41 anos, frequenta este posto de saúde há 16 anos. Após sua primeira consulta, a reportagem do R7 conversou com ela.
— Ela é um amorzinho. Adorei a consulta. Não tive problema com o idioma e ela foi atenciosa. Acho legal a iniciativa de trazê-los para auxiliar a saúde brasileira. Todo mundo tem que ter oportunidade de ter uma saúde.
De acordo com a coordenação do hospital, com a chegada da médica africana a fila de espera para consultas diminuiu. Antes, era de uma semana. Kátia atende a cerca de 20 pessoas por dia.
Glaucia prefere ir ao pronto-socorro a ter que ir ao hospital, por conta da agilidade e organização.
— Às vezes, está cheio o posto, mas aqui sempre tem médico para atender, diferente do hospital municipal. É rápido. Sempre venho aqui, porque o serviço de outros lugares deixa muito a desejar.
*Colaborou: Brunna Mariel, estagiária do R7