Cresce o número de homens com Aids no Brasil; mais de 100 mil pessoas não sabem que estão infectadas
Em relação as mulheres, há queda em todas as faixas etárias, de acordo Ministério da Saúde
Saúde|Do R7
A infecção de Aids entre os jovens do sexo masculino no Brasil cresce em todas as faixas etárias, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (30). Em 2006, a razão entre os sexos era 1 caso de mulher para cada 1,2 casos de homem,e, em 2015, é 1 caso de mulher para cada 3 casos de homens. Entre as mulheres, os casos de Aids tem apresentado queda em todas as faixas, em especial, na faixa de 25 a 29 anos.
De acordo com a pasta, a epidemia de Aids no País tem se concentrado principalmente, entre populações vulneráveis e nos mais jovens. Entre jovens de 20 a 24, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100 mil habitantes, em 2005, para 33,1 casos em 2015. Segundo a pasta, dois motivos explicam a vulnerabilidade dos jovens: menor inserção nos serviços de saúde e menor adesão ao tratamento.
Na véspera do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado nesta quinta-feira (1º), o Ministério da Saúde ainda informou que 827 mil pessoas vivam com HIV/Aids no Brasil, desde 1980, início da epidemia de Aids no Brasil, até o final de 2015. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, e, destas, 260 mil já sabem que estão infectadas. Um dado que alarmante é que 112 mil pessoas não sabem que portam o vírus HIV/Aids, segundo o boletim.
SUS amplia tratamento para portadores de HIV e Aids
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que "é importante fazer um apelo para que as pessoas façam a testagem e não passem esse vírus para a frente”.
— Fazendo a testagem, as pessoas terão acesso a um tratamento seguro e gratuito, oferecido pelo SUS [Sistema Único de Saúde].
Apesar do crescimento em homens, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos, a cada 100 mil habitantes.
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Queda nos casos de mortes por HIV/Aids
A taxa caiu de 9,7 óbitos por 100 mil habitantes, em 1995, para 5,6 em 2015. Ou seja, a taxa de mortalidade em 20 anos caiu 42,3%.
Segundo o Ministério da Saúde, o incentivo ao diagnóstico e ao tratamento precoce, antes dos primeiros sintomas, refletiram na redução dessas mortes.
A pasta ainda informou que, de janeiro a outubro de 2016, 34 mil novas pessoas com HIV e Aids entraram em tratamento pelo SUS.Em relação ao tratamento da doença, o número subiu de 44%, em 2012, para 64%, em 2015, ou 455 mil pessoas.
Aids em menores de 5 anos
A taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos por 100 mil habitantes
Um dos critérios é que a detecção de AIDS em menores de 5 anos sejam iguais ou inferiores q 0,3 p/ cada mil crianças nascidas vivas.
A diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga, disse que é preciso " começar a proteger os bebês e as crianças para assegurar a prevenção da Aids ao longo da vida”.