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"Estou com medo do desconhecido, mas com muita vontade de trabalhar no Brasil", diz médica espanhola

Sônia Gonzalez vai trabalhar em um distrito indígena no Amazonas pelo programa Mais Médicos

Saúde|Kamilla Dourado, Do R7, em Brasília

Sonia e Thiago vão trabalhar na região Norte
Sonia e Thiago vão trabalhar na região Norte

Cinco médicos com diploma de Portugal chegaram na última sexta-feira (23), em Brasília. Um é brasileiro e os outros quatro são estrangeiros, entre eles a espanhola Sonia Gonzalez, 38 anos, que chegou ao Brasil acompanhada pelo filho de quatro anos.

Sonia vai trabalhar em um distrito indígena em Alto Rio Negro, no Amazonas, região que faz divisa com a Colômbia e a Venezuela. A médica da família disse estar emocionada em vir trabalhar no Brasil.

— Estou emocionada e com medo do desconhecido, mas com muita vontade mesmo de trabalhar, de pegar experiência. Vou para a Amazônia, para um Distrito Indígena, estou muito a fim de conhecer os povos.

A médica, que tem “fascínio pelo trabalho”, quer viver novas experiências e conhecer as pessoas, intercambiar cultura.


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Sonia tem dez anos de carreira e trabalhava, em Portugal, como médica da família em um posto de saúde. Mas não é a primeira vez dela em áreas tropicais:


— Já tive uma experiência no trópico por um ano, na África, tenho já uma experiência e doenças não me assustam. Estou com meu filho, mas tem prevenção, não tem problema.

Volta pra casa


Junto com a espanhola Sônia, desembarcou nesta sexta-feira (23), em Brasília, o brasileiro Thiago Carvalho, formado na Espanha. Depois de dez anos na Europa, ele vai estar de volta em casa. Thiago vai “unir o útil ao agradável”, segundo ele, ao trabalhar na sua cidade natal: Rio Branco, capital do Acre.

— Eu volto para a minha casa e com o propósito de trabalhar na minha região.

Ele chegou ao Brasil acompanhado pela esposa e pelos dois filhos e promete, em solo brasileiro, cumprir o juramento que fez ao se tornar médico.

— O juramento médico é atender qualquer pessoa, rico ou pobre, qualquer cidadão brasileiro ou não.

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Apesar da crise, que atinge a Europa e causa desemprego também em Portugal, Thiago não voltou ao Brasil por dinheiro. Para o médico, esse é um novo tempo para o País.

— Eu me inscrevi porque é um propósito que acho que nunca aconteceu nesse país, pra visualizar a parte mais carente, isso que me motivou, porque se fosse por motivos monetários, eu tinha minha vida lá em Portugal. Eu decidi exercer a minha profissão aqui.

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Thiago acompanhou de Portugal as polêmicas envolvendo o programa Mais Médicos e pareceu não se importar com as críticas.

— Médico pode ser alemão, japonês, mas é médico e exerce a medicina. Então, eu acho que vou doar alguma coisa pra minha população.

O médico brasileiro pretende fazer o Revalida para continuar exercendo a profissão no Brasil.

Treinamento

Até o próximo domingo (25) chegam ao País 644 médicos — 244 selecionados pelo programa Mais Médicos e 400 cubanos. Os profissionais vão passar por três semanas de treinamento em universidades federais de oito capitais (Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Salvador e Belo Horizonte). O primeiro grupo do Mais Médicos começa a treinar na segunda-feira.

No treinamento, com carga horária de 120 horas, eles terão aulas expositivas, oficinas, simulações de consultas e de casos complexos. Também serão feitas visitas técnicas aos serviços de saúde com o objetivo de aproximar o médico do ambiente de trabalho.

Após essa etapa, eles serão avaliados e os aprovados receberão autorização provisória para trabalhar no País por três anos e serão encaminhados aos municípios selecionados. A previsão é que eles passem a atender a população a partir do dia 16 de setembro.

Os custos de alojamento e alimentação durante o treinamento serão bancados pelo governo federal. Eles foram recepcionados no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em Brasília, pelo ministro da saúde, Alexandre Padilha.

Distribuição dos profissionais

Segundo o Ministério da Saúde, até domingo (25), chegam a Brasília 23 profissionais, incluindo os que chegaram nesta sexta. Eles vão trabalhar no Acre, Amapá, Pará, em Rondônia, Roraima, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Tocantins e no Maranhão.

O Rio de Janeiro receberá 68 profissionais, que irão para o Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e também Santa Catarina. Em São Paulo, o grupo será formado por 47 médicos, que ficarão no Estado. Em Porto Alegre, são esperados 40 profissionais, que atuarão no Rio Grande do Sul.

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No Recife receberão treinamento 19 profissionais, que atuarão em Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Minas Gerais. Em Salvador (BA), vão desembarcar 13 profissionais para trabalhar no próprio Estado. Em Fortaleza, chegarão 18 médicos para atuar no Ceará, Maranhão, Piauí e no Rio Grande do Norte. Em Belo Horizonte (MG), 16 profissionais vão desembarcar para atuar no Estado.

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