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As cirurgias plásticas caíram no gosto de muitas mulheres nas últimas decadas. A tecnologia contribuiu para que as técnicas do implante de silicone nas mamas se aperfeiçoassem, fazendo com que o número de problemas pós-cirúrgicos caíssem de 80% para 5% em 20 anos. No entanto, ainda há muitas questões que passam pela cabeça de uma mulher que pensa em passar pela cirurgia. Por isso, o cirurgião plástico Eduardo Kanashiro desmistificou as principais dúvidas relacionadas ao implante mamário. Veja a seguir
*Colaborou: Talyta Vespa, estagiária do R7Thinkstock
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1. A prótese precisa ser trocada de dez em dez anos. MITO
Hoje em dia, a maioria dos cirurgiões recomenda a troca da prótese de silicone apenas se houver alguma alteração, como contraturas — quando a membrana que envolve a prótese acaba ficando mais grossa do que o normal, causando deformações e até dores. Há alguns anos, os cirurgiões recomendavam a troca a cada dez anos, mas hoje fica a critério da cliente.
— As pacientes normalmente procuram o cirurgião após alguns anos para aumentar ou diminuir o tamanho. Algumas acabam amamentando depois da cirurgia, o que acaba tornando a mama um pouco flácida devido ao esticamento da pele durante a gestação. Os casos de contratura são poucos, atingem 5% das mulheres que têm prótese de silicone nos seios — explica o cirurgião.
De acordo com Kanashiro, outro caso que pode ocorrer mas é ainda mais raro — atinge apenas 2% das pacientes — é o rompimento da prótese: o que também não é um problema que precisa ser resolvido imediatamente, uma vez que o gel não se esparrama como muitos acreditam. Ele é sólido e vai permanecer intactoThinkstock
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2. Se a paciente se arrepender, ela pode trocar o tamanho. VERDADE
Segundo o especialista, são raros os casos em que a paciente se arrepende, uma vez que há tecnologias que dão uma previsão de como o corpo da mulher vai ficar após a inclusão da prótese — ela pode aumentar ou diminuir o tamanho da prótese antes da cirurgia. No entanto, se acontecer, ela pode, sim, passar por outra cirurgia para mudar o tamanho da prótese, contudo, o cirurgião aconselha que a paciente espere o inchaço do seio passar — o que leva alguns meses — para decidir se está realmente insatisfeitaThinkstock
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3. A cicatriz some com o tempo. MITO
Uma vez que a pele é cortada em todas as camadas, o organismo faz uma restituição com cicatriz, que é diferente de restituições em cortes simples, onde a pele volta a ser pele. No caso de uma cirurgia invasiva como a de implantes mamários, a cicatriz vai ficar visível, podendo apenas ficar mais clara com o tempo, mas nunca desaparecendo totalmente. O especialista recomenda que, para que a marca fique mais discreta e com uma textura mais parecida com a da pele, a paciente tome cuidados como cobri-lá com fita micropore por pelo menos um mêsThinkstock
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4. A mulher pode perder definitivamente a sensibilidade no seio. VERDADE
Há chances de a paciente perder de vez a sensibilidade principalmente no local por onde foi colocada a prótese — normalmente debaixo do seio, e, em alguns casos, na auréola. Segundo o especialista, são poucos os casos em que a mulher perde a sensibilidade em todo o seio.
— Na maior parte dos casos, essa sensibilidade vai voltando ao normal com o tempo. Mas pode acontecer de haver essa perda definitivamente, é algo que varia de paciente para pacienteThinkstock
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5. A cirurgia de implante mamário prejudica a amamentação. MITO
Não prejudica a amamentação porque a prótese fica atrás da glândula mamária ou atrás do músculo, dependendo do local escolhido pelo cirurgião. Mas, em ambos os casos, ela não se torna uma barreira entre o lugar onde é produzido o leite e o mamilo. De acordo com o Kanashiro, nem mesmo a sensibilidade à dor aumenta, a não ser que a cirurgia tenha ocorrido recentementeThinkstock
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6. Prótese de silicone não prejudica exames de rotina, como mamografia e ultrassom. VERDADE
A prótese não interfere na precisão dos exames de rotina das mamas, como os ultrassons e a mamografia. Segundo o especialista, a paciente apenas deve avisar ao profissional que vai realizar o procedimento que ela tem prótese mamáriaThinkstock
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7. Após colocar silicone, a mulher deve evitar sutiãs com aro. MITO
Há alguns anos, acreditava-se que os aros do sutiã poderiam machucar o seio ou pressionar a cicatriz. No entanto, o médico afirmou que essa medida não é plausível, uma vez que o aro está coberto pelo tecido do sutiã, não ficando totalmente em contato com o seio.
— A paciente pode voltar a usar sutiãs com aro. No entanto, é recomendável que pelo menos no primeiro mês após a operação, ela utilize o modelador, uma vez que ainda há bastante inchaço. Gosto de enfatizar que é importante que mulheres com silicone continuem usando sutiãs, porque caso contrário, o peso da mama vai começar a esticar a pele, podendo causar flacidezThinkstock
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8. A paciente é sempre orientada em relação ao tamanho antes da cirurgia. VERDADE
Normalmente, as mulheres já chegam ao consultório do cirurgião com um tamanho de prótese em mente. Contudo, a decisão final é tomada em conjunto com o especialista, que orienta a paciente sobre as chances de a prótese ficar desproporcional ao corpo ou riscos de problemas graves principalmente quando a mulher tem pouca pele e quer colocar um tamanho muito acima do recomendado.
— Se mesmo após a orientação do cirurgião, a paciente continuar com a ideia de colocar uma prótese de tamanho superior ao sugerido, a cirurgia só deve ser realizada se ela tiver pele o suficiente para comportar o silicone. Se a mulher for muito magra ou não tiver pele o suficiente para comportar uma prótese muito grande, a cirurgia não deve ocorrer, porque pode ter consequências graves como a diminuição do fluxo sanguíneo naquela região — o que pode fazer com que a pele necroseThinkstock
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9. A prótese pode se deslocar e parar em outra parte do corpo. MITO
O organismo faz um isolamento em volta da prótese, formando uma cápsula e evitando esse deslocamento. Eventualmente, pode acontecer de prótese girar dentro desse espaço, ficar de cabeça para baixo. De acordo com Kanashiro, quando isso acontecer, a paciente deve procurar seu cirurgião, que normalmente consegue reverter essa movimentação apenas com manobras e toques.
— A mulher percebe quando a prótese vira de cabeça para baixo porque o seio acaba adquirindo uma deformação. Mas, além de esse tipo de caso ocorrer esporadicamente, normalmente não é caso para cirurgiaThinkstock
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10. Após o primeiro mês de recuperação, a mulher pode voltar a praticar atividades físicas. VERDADE
É essencial que o primeiro mês seja de repouso, para que haja uma recuperação segura da paciente. Depois disso, atividades físicas podem voltar a fazer parte do cotidiano das mulheres.
— Apenas recomendo que pacientes que colocaram a prótese debaixo do músculo evitem fazer exercícios que forcem o peitoral, como supino, por exemplo, para que não haja nenhuma complicação — afirmou KanashiroThinkstock
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11. A exposição a altas velocidades pode afetar a prótese. MITO
Segundo o especialista, atividades que envolvem altas velocidades não afetam a prótese. O que pode prejudicar é um trauma local, como uma batida forte. O choque pode provocar um inchaço, acumulando líquido no espaço que fica entre a pele e a prótese.
— O acúmulo desse líquido pode causar uma infecção. Por isso, os cuidados devem ser redobrados, sempre protegendo os seios em casos de queda ou batidasThinkstock