"Médicos estrangeiros passarão por crivo das universidades federais", diz ministro
Alexandre Padilha concedeu coletiva a blogueiros na tarde deste sábado em São Paulo
Saúde|Do R7
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou na tarde deste sábado (24) de coletiva com blogueiros em São Paulo para falar sobre o Programa Mais Médicos. O “bate-bapo” aconteceu no exato momento em que desembarcava o primeiro grupo de médicos cubanos em Recife. Logo na primeira pergunta, Padilha teve de comentar a polêmica em torno da qualificação dos profissionais estrangeiros.
— Não abriremos mão da qualidade. A primeira atividade dos médicos estrangeiros que participarão do programa será a capacitação nas universidades federais. Todos serão avaliados durante três semanas e entrarão em contato com os instrumentos de trabalho. É um programa para levar médicos aonde não há profissionais especializados. Não se trata de um programa que fomentará a disputa de vagas entre médicos estrangeiros e brasileiros. O grau de exigência será exatamente o mesmo dos médicos brasileiros.
Durante a conversa com blogueiros, o ministro voltou a lamentar as ações judiciais contra o Programa Mais Médicos. Nesta sexta-feira (23), a AMB (Associação Médica Brasileira) e o CFM (Conselho Federal de Medicina) entraram com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender o programa. Na petição, as entidades alegam ser ilegal a contratação de profissionais formados em outros países sem que sejam aprovados no Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas). Padilha respondeu afirmando ter segurança jurídica.
No bate-papo, o ministro da Saúde valorizou a finalidade do Mais Médicos, de levar atendimento especializado sobretudo às regiões mais carentes do País. Padilha também aproveitou para deixar claro que os profissionais estrangeiros trabalharão em municípios rejeitados pelos médicos que se inscreveram no programa.
— Imagina uma cidade que não tem médico sequer um dia do ano? É isso que o Mais Médicos pretende minimizar. O programa busca reduzir esse vazio e melhorar o atendimento especializado em regiões carentes. Tem lugar que não tem hospital, cinema, rua asfaltada, mas tem brasileiro e brasileira. E esses médicos estrangeiros vão dar atendimento especializado que permitirá suprir a demanda local sem superlotar hospitais de municípios vizinhas. Esses médicos terão a missão de levar atendimento básico a locais onde não há esse suporte médico qualificado. Estamos levando o programa às regiões mais carentes do Brasil.
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