Revalidação do diploma médico será modificada
Validações de diplomas estrangeiros cairam desde que o Revalida passou a ser adotado no País
Saúde|Do R7
O exame para validação de diploma de médico obtido no exterior, o Revalida, deverá ser alterado. Uma das estratégias será calibrar a dificuldade das questões da prova de acordo com o desempenho de estudantes brasileiros, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A ideia é submeter alunos de faculdades brasileiras de Medicina, como parâmetro, a uma prova formada por questões do banco do Revalida. A medida será aplicada ainda neste ano.
— O padrão de cobrança dos médicos estrangeiros deve ser similar à formação dos brasileiros.
Médico estrangeiro terá de falar português
Durante audiência na Câmara dos Deputados, Padilha observou que o número de validações de diplomas estrangeiros caiu de forma expressiva desde que o Revalida passou a ser adotado no País, em 2011.
— Em 2010, 402 médicos formados no exterior receberam permissão para atuar no País. Em 2011, com a implementação do Revalida, foram 238 e no ano passado, 121. O exame será aprimorado.
Governo estuda reconhecimento de diploma médico de Portugal
Padilha afirmou que até 2014 serão abertos 35 mil postos de trabalho médico nas Unidades de Pronto-Atendimento. Pelas contas do ministro, isso significa um aumento da demanda de aproximadamente 70 mil profissionais. Há, além disso, um pedido feito por prefeitos de 13 mil profissionais.
CFM reforça crítica à entrada de médicos cubanos
Não há como falar em números exatos sobre qual a necessidade de médicos no País. É certo que o problema terá de ser enfrentado com várias medidas, não apenas com uma.
Dispensa
A estratégia para atrair médicos estrangeiros para o Brasil passa também pela dispensa do revalida. Duas propostas deverão ser colocadas em prática: convênios de intercâmbio com países como Portugal e Espanha e chamada internacional. O ministro afirmou que estrangeiros, além de passar por um teste de domínio do português, terão seu currículo e histórico escolar avaliado.
A autorização especial não será concedida de forma imediata. Haverá uma análise prévia, disse. De acordo com Padilha, a expectativa é de que sejam recrutados de Cuba médicos especializados em saúde da família.
A ideia foi bem recebida pelo presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Roberto D Ávila. Ele observou, no entanto, que as medidas não atenderão os objetivos do ministério.
— O problema do País é falta de financiamento na saúde. Falta de estrutura.
D´Ávila afirmou que estudantes de Rio Grande do Norte realizaram a prova de Clínica Médica do Revalida, com um índice de aprovação de 70%. Um número que, em sua avaliação, poderia indicar que o teste não apresenta um alto grau de dificuldade.
Padilha, porém, diz que nenhuma prova foi aplicada por iniciativa do ministério.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.