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"O mundo não está preparado para lidar com uma guerra cibernética", aponta especialista

Bruce Schneier abre a conferência Be Mobile comentando ataques e vigilância de governos

Tecnologia e Ciência|Tiago Alcantara, do R7*

Schneier abriu o Be Mobile, em Miami, nos Estados Unidos
Schneier abriu o Be Mobile, em Miami, nos Estados Unidos Schneier abriu o Be Mobile, em Miami, nos Estados Unidos

O mundo ainda não está preparado para uma guerra virtual. E isso não é apenas uma questão retórica dos jornalistas que cobrem esse tema – é também uma questão política e militar, afirma o especialista em segurança internacional Bruce Schneier. Autor de 12 livros e considerado "guru da segurança", Schneier abriu o evento Be Mobile nesta terça-feira (13). A conferência é promovida pela BlackBerry para veículos de comunicação da América Latina em Miami, Flórida, Estados Unidos.

O especialista aponta vários ataques cibernéticos usando falhas de sistemas operacionais e redes fantasmas para justificar o cenário caótico do ambiente virtual. Os ataques são realizados com objetivos diferentes: desde o roubo de informações classificadas, vigilância de indivíduos ou espionagem de entre nações.

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— Ainda não temos uma definição para guerra cibernética. E não são apenas os jornalistas, mesmo os estrategistas militares não sabem como pensar sobre isso. Há uma guerra retórica e aspectos reais de uma guerra, o que confunde a perspectiva da mídia, mas também da política.

Inimigo desconhecido

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Outro ponto que dificulta a identificação dos inimigos em uma cenário de espionagem pela internet, é a falta de dois fatores essenciais em uma conflito real: identificação e um motivo. No ambiente virtual, é difícil saber quem está atacando sua empresa ou governo e a razão para tal.

Por esse motivo, o especialista em segurança acredita que os pontos de vista legais e políticos são nublados. Como um criminoso e um governo podem usar táticas semelhantes, Schneier aponta que não é possível reconhecer o inimigo como em uma guerra real.

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— Quando somos atacados, podemos chamar a polícia, os militares, a instituição que cuida de terrorismo, advogados, instituições comerciais. O panorama legal depende de quem ataca você e por quê. E, na guerra cibernética, você não tem essas duas informação. Isso faz com que a defesa seja mais difícil. Você tem apenas alguns milissegundos para tentar identificar seu inimigo e se defender.

Reação brasileira

Especialista em criptografia e chefe de tecnologia da BT Counterpane, empresa que oferece soluções de segurança, Schneider comenta que as denúncias de espionagem da agência de inteligência dos Estados Unidos (NSA) contra dados de empresas e do governo brasileiro colocaram o Brasil uma nação no centro da questão de espionagem virtual. O especialista acredita que o País pode ter um papel decisivo na reação a essa guerra cibernética.

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— O Brasil está tentando construir um cabo submarino, porque todo o tráfego da América Latina passa pela Flórida, o que significa que os EUA podem espionar. Além disso, Brasil e Alemanha tentam mudar essa situação de espionagem com políticas para regular a rede, proposta de armazenamento local, etc. Tenho certeza que essas serão as nações para ficar de olho.

Uma mudança importante que o especialista faz questão de citar é que o ambiente virtual vive um momento de confronto entre governos, provedores e indivíduos.

— Nações espionam as outas, isso é normal. Mas o que está mudando é a vigilância de governos em corporações, grupos de mídia e pessoas. Por isso, há o crescimento de serviços para detectar invasões e não mais para bloquear esses ataques.

Para o guru da segurança, ainda há a necessidade de minimizar esses ataques e, principalmente, identificar o inimigo para um resposta mais rápida - seja do ponto de vista legal ou de relações internacionais.

* O repórter viajou a Miami a convite da Blackberry

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