Piloto automático de carros Tesla entra na mira do governo dos EUA após tuíte de Elon Musk
Na publicação, o dono da empresa respondeu afirmativamente à sugestão de que motoristas deveriam poder desligar alertas durante o modo de direção automática dos veículos
Tecnologia e Ciência|Do R7
A agência de segurança do tráfego em rodovias dos Estados Unidos (NHTSA) disse nesta segunda-feira (9) estar em contato com a Tesla sobre um tuíte do presidente-executivo da montadora, Elon Musk, que cita uma função de monitoramento de motorista.
Um tuíte de 31 de dezembro sugeriu que motoristas com mais de 16 mil quilômetros rodados com um carro da Tesla e que utilizam o sistema Full Self-Driving (FSD) deveriam poder desativar um alerta que instrui motoristas a segurarem o volante do veículo para confirmar que estão prestando atenção na condução do automóvel.
Como mostra a publicação abaixo, Musk respondeu: "Concordo, atualização chegando em janeiro".
A NHTSA disse nesta segunda-feira que "está em contato com a Tesla para coletar informações adicionais". A empresa não comentou.
A agência de segurança automotiva confirmou que as perguntas sobre o tuíte de Musk estão ligadas à investigação em andamento sobre um problema no sistema de assistência ao motorista, o Autopilot, em 830 mil veículos Tesla.
A NHTSA avalia os veículos da Tesla para averiguar se eles garantem adequadamente que os motoristas estejam prestando atenção. As evidências sugerem que, na maioria dos acidentes em análise, os motoristas cumpriram o alerta acionado pelo carro, que busca atrair a atenção do condutor, levantando questões sobre sua eficácia.
A Tesla vende o sistema FSD, que custa US$ 15 mil (R$ 79 mil), como um complemento que permite aos veículos mudar de faixa e estacionar de forma autônoma. Isso complementa o recurso padrão de "piloto automático", que permite que os carros dirijam, acelerem e freiem sem a intervenção do motorista. Ambos os sistemas usam a função de monitoramento do condutor.
No mês passado, a NHTSA abriu duas novas investigações sobre acidentes que envolviam veículos da Tesla com a suspeita de que sistemas avançados de assistência ao motorista estivessem em uso.
Leia também
Desde 2016, a NHTSA abriu mais de três dúzias de investigações sobre acidentes com carros da Tesla nos quais sistemas avançados de assistência ao motorista, como o piloto automático, eram suspeitos de ser usados. No total, foram 19 mortes relatadas.
Em dezembro de 2021, a NHTSA começou a investigar a Tesla por permitir que passageiros pudessem jogar videogames na tela sensível ao toque no painel frontal, devido a preocupações com a distração do motorista.
LEIA ABAIXO: Tesla mostra como funciona a produção da bateria de seus carros