Entenda o que fez com que o óleo de soja superasse o farelo do grão na margem da indústria
Mercado interno e externo impactaram no valor histórico, que pode se repetir no futuro
Agronegócios|Do R7
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Pela primeira vez, o óleo de soja superou o farelo do grão em termos de contribuição para a margem de lucro das indústrias processadoras do produto. A mudança, destacada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), tem influência direta do diesel e do aumento da demanda interna.
Em entrevista ao Record News Rural desta sexta-feira (3), Lucilio Alves, pesquisador responsável pela área de grãos do Cepea, explica que as novas diretrizes para a adição de biodiesel no diesel brasileiro foi o principal fator que impulsionou a alta. Isso porque a principal matéria-prima utilizada para produzir o biocombustível é composta por óleo de soja.
Desde agosto deste ano, a mistura obrigatória no combustível subiu de 14% para 15% — com planos de aumento gradual de 1% ao ano até 2030. Com a escalada na necessidade, Alves destaca que o cenário pode se repetir no futuro.
“O fato é que a gente vai ter uma demanda mais ativa pelo óleo de soja, então isso vai depender muito do equilíbrio em termos de esmagamento e também como vai ser o ritmo de exportação”, comenta.
Outro ponto que contribuiu para a maior geração de receita foi o crescimento na demanda interna por óleo de soja, que tem reduzido sua disponibilidade para exportação e aumentado os preços domésticos. Segundo o pesquisador, em setembro, o preço do óleo subiu 4,7%, enquanto o do farelo caiu 5% no mercado paulista.
Apesar de grande pressão interna, fatores externos também influenciam o cenário nacional, como a recente liberação das tarifas sobre exportações argentinas, o que deslocou parte da demanda internacional para o país vizinho.
Entretanto, outras localidades, como a Europa e a China, continuam comprando mais produtos brasileiros. Uma das razões é a diminuição da oferta dos Estados Unidos, por conta de um maior abastecimento do mercado interno.
“Então, no médio e longo prazo, eu diria que a China vai continuar focando na produção de milho e de trigo para atendimento da alimentação da sua população, e comprando soja em grão para beneficiamento”, conclui.
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