Logo R7.com
RecordPlus

Líder de entidade diz que é ‘insana’ possível classificação da tilápia como espécie invasora

Decisão do Ministério do Meio Ambiente, discutida desde 2009, será votada em dezembro

Agronegócios|Do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A classificação da tilápia como espécie invasora pode impactar negativamente a produção do peixe no Brasil.
  • Francisco Medeiros, presidente da Peixe-BR, critica a medida, considerando-a "insana" e afirmando que a tilápia é crucial para a economia do país.
  • A decisão do Ministério do Meio Ambiente, que vem sendo discutida desde 2009, será votada em 10 de dezembro, permitindo que representantes do setor apresentem argumentos contrários.
  • Medeiros destaca que 98% da produção de tilápia no Brasil é realizada por pequenos produtores, que poderiam perder R$ 9 bilhões anuais devido à nova classificação.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Com um crescimento na casa dos 11% ao ano na última década — melhor série histórica de uma proteína de origem animal no Brasil —, a tilápia é o peixe mais consumido no país. No entanto, sua produção pode ser afetada após uma decisão do Ministério do Meio Ambiente, que avalia incluir o pescado e outros produtos em uma lista de espécies invasoras.

Com o possível impacto em uma área composta por cerca de 90% de produções familiares, a medida gera debate entre o ministério e lideranças do setor.


Francisco Medeiros, presidente da Peixe-BR, a (Associação Brasileira da Piscicultura), define a decisão como “insana” ao avaliar que a proteína possui uma importância significativa para o país. “Hoje, praticamente 70% do que a gente cultiva é tilápia, e a tilápia hoje já é o pescado mais consumido no Brasil”, afirma.

Com uma produção de 660 mil toneladas em 2024, segundo dados da organização, e 110 mil estabelecimentos no país, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Medeiros também defende o cultivo do peixe devido à relevância no mercado internacional, como Estados Unidos e Canadá.


Decisão gera debate entre lideranças do setor, que é composto majoritariamente por produtores familiares Reprodução/Record News

“Dentro da terminologia, não se caracteriza esse peixe como invasor. Primeiro que a tilápia não veio do continente africano para cá voando. Alguém trouxe, e quem trouxe foi o próprio governo, quem povoou os lagos das hidrelétricas do Brasil com a tilápia foi o próprio governo”, pontuou o presidente da associação em entrevista ao Record News Rural desta quinta-feira (30).

Comunicado em 3 de outubro, o assunto vem sendo discutido desde 2009 e ainda não é uma decisão definitiva, já que seguirá para votação prevista para 10 de dezembro.


Durante esse período, representantes dos setores afetados podem apresentar suas justificativas e razões para a não inclusão de seus produtos na classificação perante a pasta do Meio Ambiente.

“98% da produção são pequenos produtores, segundo o próprio IBGE do Brasil, e aí esses produtores vão deixar de receber R$ 9 bilhões por ano. O governo, todo ano, vai dar R$ 9 bilhões para esses produtores? O que será feito?”, questiona Medeiros.


O executivo pontua que, “nas pesquisas apresentadas pelo Ministério do Meio Ambiente com o que sugere e é a base disso, nós não temos nenhuma pesquisa de ciências sociais, nós não temos nenhuma pesquisa de ciência econômica” que valide a decisão.

O PlayPlus agora é RecordPlus: mais conteúdo da RECORD NEWS para você, ao vivo e de graça. Baixe o app aqui!

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.