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Brasil Apenas São Paulo proíbe presença de público em cultos religiosos

Apenas São Paulo proíbe presença de público em cultos religiosos

No estado, governo mudou regras da fase vermelha e, agora, restringe fiéis em celebrações. Futebol, porém, foi liberado

  • Brasil | Do R7

Fachada da sede do STF, que decidiu que governos regionais podem vetar público em igrejas

Fachada da sede do STF, que decidiu que governos regionais podem vetar público em igrejas

Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

São Paulo é o único estado das 27 federações que proíbe a presença de público em celebrações religiosas, como cultos e missas, durante a pandemia. O governo estadual se apoiou no entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), que decidiu, na semana passada, que estados e municípios podem determinar o veto de público a atividades religiosas como medida de combate à crise sanitária.

Anteriormente, o R7 havia informado que Minas Gerais também proibia a realização de celebrações religiosas com público, mas assessoria do estado corrigiu a informação e avisou que "os cultos religiosos estão permitidos em Minas Gerais, seguindo todas as recomendações", como "uso de máscara, distanciamento social, número restrito de pessoas e medidas de higiene". A reportagem foi corrigida às 9h50. Vale ressaltar que, em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) resolveu não seguir as orientações do governo estadual e determinou que cultos e missas presenciais na capital mineira estão suspensos por tempo indeterminado.

Até este domingo, o Ceará também restringia as celebrações com presença de fiéis, mas no sábado (10) o governador Camilo Santana (PT) usou as redes sociais para dizer que haverá abertura gradual de setores e as igrejas estão autorizadas para atividades presenciais com 10% da capacidade a partir desta segunda-feira (12). 

O estado do nordeste se une às outras 25 federações que permitem eventos com público, respeitando protocolos de prevenção ao contágio por covid-19.

É o caso do Tocantins, onde a gestão estadual autorizou o funcionamento das igrejas com limitação de 30% da capacidade do espaço, respeitando os protocolos sanitários.

Em Pernambuco, as regras são até mais duras, mas se permite a presença de pessoas em celebrações das 5h às 20h, durante a semana, e das 5h às 17h, aos fins de semana, também com limitação de 30% da capacidade ou, no máximo, 100 pessoas presentes.

No Pará, a capital Belém, por exemplo, permite que igrejas e templos funcionem com 50% da capacidade máxima e medidas de prevenção: máscaras, disponibilização de álcool gel e distanciamento. Situação semelhante ocorre em Alagoas, onde a capital Maceió autoriza as atividades religiosas, com limitação de 30% da capacidade.

No caso de São Paulo, João Doria (PSDB) surpreendeu ao rever regras da fase vermelha, que volta a determinar a rotina dos paulistas nesta segunda-feira (12). Antes permitida em decreto assinado pelo próprio governador, agora a presença de público em celebrações religiosas está proibida nesta etapa do Plano São Paulo.

Leia também: SP voltará à etapa vermelha depois de 28 dias na fase emergencial

A decisão chocou parlamentares, religiosos e até representante da comunidade médica, uma vez que outras atividades, como o futebol, que reúnem centenas de pessoas mesmo sem a presença de torcedores, foram liberadas pelo tucano.

"Lamentável isso que está acontecendo no estado de São Paulo. Permitir que o futebol retorne, que tem pelo menos mil pessoas, envolvendo jogadores, comissão técnica, jornalistas, seguranças etc. Mas a igreja, com 25% da capacidade e seguindo todos os protocolos, não pode", disse o deputado estadual Carlos Cezar (PSB), coordenador da Frente Parlamentar Evangélica da Alesp.

Para o deputado estadual Major Mecca (PSL), a decisão de Doria é apenas política, porque é possível manter protocolos sanitários nas celebrações. "As casas religiosas são ambientes controlados, onde há oportunidade de limitar o número de pessoas presentes, aferição de temperatura, uso de máscara e asepsia das mãos", disse.

Também deputado estadual, Wellington Moura (Republicanos) postou em rede social que falta diálogo entre governo e deputados. "A economia continua enfraquecida, devido aos comércios fechados, o desemprego só aumenta e o desespero das pessoas ultrapassa o limite, e é aí que se torna essencial o papel da igreja em dar o suporte espiritual", escreveu.

Presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos), o bispo Eduardo Bravo lamentou a postura do governo paulista. "É inaceitável o que estão fazendo. Estão colocando as igrejas no meio de um jogo de interesses políticos", disse.

Para a médica Julia Barbi Melim Marques, não há risco em receber o público nas igrejas, desde que observados os protocolos sanitários, com menor número de pessoas, distanciamento e sem aglomerações. "Ir à igreja tem muito impacto na saúde emocional e no enfrentamento da pandemia", avalia.

Situação nas 27 unidades da federação

Sudeste

SP - celebrações com público proibidas
RJ - liberadas com limitação
MG - liberadas com limitação 
ES - liberadas com limitação

Sul

PR - liberadas com limitação
SC - liberadas com limitação
RS - liberadas com limitação

Centro-Oeste

GO - liberadas com limitação
MT - liberadas com limitação
MS - liberadas com limitação
DF - liberadas com limitação

Norte

TO - liberadas com limitação
PA - liberadas com limitação
AP - liberadas com limitação
RO - liberadas com limitação
AM - liberadas com limitação
AC - liberadas com limitação
RR - liberadas com limitação

Nordeste

AL - liberadas com limitação
BA - liberadas com limitação
CE - liberadas com limitação
MA - liberadas com limitação
PB - liberadas com limitação
PE - liberadas com limitação
PI - liberadas com limitação
RN - liberadas com limitação
SE - liberadas com limitação

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