Após soltura de André do Rap, Moraes diz que tráfico é um câncer
Ministro do Supremo Tribunal Federal usou o Twitter para afirmar que a Justiça tem o dever de combater de combater o tráfico de drogas no país
Brasil|Do R7
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes usou sua conta no Twitter, na noite desta segunda-feira (12), para destacar que o crime organizado que comanda o tráfico de drogas "é um câncer que precisa ser extirpado", em possível referência à soltura do suposto traficante e líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) André Oliveira Macedo, o André do Rap.
O ministro afirma que as organizaçõescriminosas são as principais responsáveis pelos homicídios no país. "Jamais permitiremos que continuem a escravizar as comunidades e os brasileiros de bem. A Justiça tem o dever de combater esse mal", escreveu.
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O comentário de Moraes acontece dois dias depois de André do Rap, apontado como responsável por esquematizar o comércio de drogas entre o PCC e países da Europa, via Porto de Santos, voltar às ruas beneficiado por uma decisão do ministro Marco Aurélio de Mello.
No mesmo dia, o ministro Luiz Fux, presidente do STF, atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e suspendeu a decisão limitar, determinando que André do Rap voltasse à prisão. Agora, as autoridades brasileiras, buscando apoios internacionais, buscam o suposto líder do PCC para prendê-lo novamente.
Recentemente, os ministros Marco Aurélio e Moraes já haviam travado embate. Em junho, Marco Aurélio o inquério das fake news, o qual Moraes é relator, e usou seu vota para criticar o colega.
Na ocasião, ele disse que não observou o sistema democrático e criticou o sigilo imposto ao inquérito. "Receio muito as coisas misteriosas", disse Marco Aurélio. "Ministros devem se manter distantes da coleta de provas e formulação da acusação", destacou.
Outras entidades também se posicionaram contra a decisão de Marco Aurélio que colocou André do Rap em liberdade. Em nota conjunta, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e a Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) criticaram a decisão de colocar o suposto traficante em liberdade e negaram omissão do Ministério Público.
As entidades também destacaram que a obrigação de revisar a manutenção da prisão, a cada 90 dias, é imposta apenas ao juízo de primeiro grau ou tribunal que impôs a medida cautelar.