Brasil Bolsonaro: ninguém do Centrão pediu ministérios, estatais e bancos

Bolsonaro: ninguém do Centrão pediu ministérios, estatais e bancos

Presidente argumentou que está mantendo compromisso de campanha e comentou dados sobre pacientes diagnosticados com coronavírus

Agência Estado
Jair Bolsonaro, na saída do Palácio do Alvorada, em Brasília

Jair Bolsonaro, na saída do Palácio do Alvorada, em Brasília

EFE/ Joédson Alves - 15.06.2020

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à TV Band News, que, apesar da recriação do Ministério da Comunicação, mantém a promessa de campanha de reduzir o número de ministérios e "toma lá dá cá".

"Nós não entregamos e ninguém do dito 'Centrão' me pediu ministério, estatais ou banco oficial. Então, nós estamos mantendo nosso compromisso de campanha. Assim está sendo feito e nós conseguimos nos aproximar desses partidos. Agora estamos sendo acusados de fisiologismo" disse Bolsonaro.

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Segundo Bolsonaro, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) e genro do apresentador Sílvio Santos, indicado para comandar a pasta, é "amigo particular de muito tempo". "O Ministério das Comunicações começa não só com orçamento grande como muitas atribuições", disse Bolsonaro.

De acordo com o presidente, há a necessidade de melhorar tanto a comunicação interna do governo como em todo o Brasil.

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Coronavírus

O presidente disse também que o Brasil não registrou até o momento nenhuma morte por covid-19 que tenha acontecido por falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou aparelhos respiradores. O presidente também disse que ao governo federal tem cabido tão somente o repasse de verbas para Estados e municípios.

"Não temos informações que qualquer pessoa tenha falecido por falta de UTI ou de respiradores, abastecemos Estados e municípios com recursos", disse Bolsonaro, para quem, "infelizmente, o STF assim definiu que deveria ser feito", em referência à decisão do Supremo Tribunal Federal de dar autonomia a governadores e prefeitos na condução das medidas a serem tomadas contra a disseminação do coronavírus, o que gerou, na visão do presidente, uma falta de articulação entre os governantes. "Falta de diálogo houve porque os governadores passaram a ser donos dos seus Estados e os prefeitos donos dos municípios", argumentou.

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Prova dessa autonomia vista como excessiva por parte de Bolsonaro seria o fato de alguns governadores terem impedido a administração da cloroquina a pacientes da covid-19. "Eu tinha informações que a cloroquina estava dando certo, de forma não comprovada cientificamente, e não tinha outra alternativa. Baseado em dados, em inúmeros relatos. Teve governador e prefeito que proibiu a administração desse medicamento. Não tinha interesse por parte de muitos governadores de conversar", disso o presidente.

Ministério da Saúde

Bolsonaro criticou a maneira como ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta conduzia a crise da covid-19. Para Bolsonaro, "Mandetta é um bom comunicador e ajudou a potencializar o pavor da população" com a doença causada pelo novo coronavírus.

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Além dos desgastes que se acumulavam entre Mandetta e Bolsonaro, o presidente citou a entrevista concedida pelo então ministro a um programa como estopim para sua demissão. Na ocasião, Mandetta disse que "o brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente".

Em compensação, o atual ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, foi elogiado por Bolsonaro. Segundo o presidente, o general do Exército que substituiu o ex-ministro Nelson Teich, tem feito um "brilhante trabalho na Saúde". Bolsonaro defendeu a divulgação diária de mortes causadas pela covid-19 atreladas aos dias exatos em que os óbitos ocorreram, medida também endossada por Pazuello.

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