Capitais do Sudeste têm 660 multas de excesso de velocidade por hora
Motoristas da região foram autuados 1,4 milhão de vezes por transitar em velocidade superior à máxima permitida nas cidades no 1º trimestre de 2019
Brasil|Alexandre Garcia, do R7
Os motoristas que transitaram pelas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES) receberam 1.411.296 de multas por dirigirem acima da velocidade permitida nos primeiros três meses deste ano.
Com as informações do Ministério da Infraestrutura, é possível calcular que o número de autuações no período corresponde a 11 infrações por minuto, 660 por hora e 15.857 por dia nas quatro capitais. O resultado é 4,9% inferior ao registrado no primeiro trimestre´de 2018.
A autuação mais comum em todas as quatro capitais foi efetuada por transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20%, aplicada 1.269.911 de vezes. A ocorrência corresponde a uma infração média e resulta em penalidade no valor de R$ 130,16 ao condutor.
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O ato de dirigir em velocidade superior à máxima permitida entre 20% e 50% originou 141.385 ocorrências entre janeiro e março e figura entre as 10 mais cometidas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A infração é considerada grave e custa R$ 195,23 aos bolsos do motorista infrator.
Os números permitem analisar que somente as duas infrações por excesso de velocidade resultaram em um ganho adicional superior a R$ 192 milhões aos cofres públicos das localidades no primeiro trimestre.
Novos radares
Nesta segunda-feira (15), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou um acordo com a Justiça para instalação de 1.000 radares em 2.200 trechos monitorados. O ministro afirma que os radares que serão instalados são o "mínimo necessário" para manter a segurança nas rodovias e garante que eles "não ficariam escondidos".
A fala de Freitas surge após o presidente Jair Bolsonaro dizer que havia mandado cancelar a instalação de 8.000 radares no Brasil. "É quase impossível viajar sem receber uma multa", criticou o presidente em uma transmissão via rede social.
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Segundo o ministro, os novos instrumentos de fiscalização não passam por cima da palavra de Bolsonaro. "Isso foi acordado, então estamos cumprindo a determinação do presidente e trazendo tecnicidade para colocação de equipamentos", disse ele, que completou: "Não tem polêmica nenhuma. O presidente quer facilitar vida do cidadão e está muito preocupado com a redução de custo."
Os novos radares criticados por Bolsonaro foram licitados em 2016 e previam a instalação de radares de velocidade em 4.204 pontos de estradas, ao custo de R$ 1 bilhão. Na avaliação de Tarcísio, os valores não eram "razoáveis". "Não é só radar que salva vidas, mas manutenção rodoviária, correção geométrica e sinalização", analisou.