CPI da Covid contra governo divide opiniões sobre o STF. Veja reações
Ministro do STF, Luís Barroso, determinou que Senado investigue omissões do governo Bolsonaro no combate à pandemia
Brasil|Do R7
A determinação do ministro do STF, Luís Barroso, nesta quinta-feira (8) para que o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) instale a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia de covid-19 dividiu opiniões sobre a interferência do Supremo no Legislativo.
Enquanto parlamentares do governo voltaram a pedir pelo impeachment de alguns dos ministros, deputados e senadores de oposição e do centro aplaudiram a decisão de Barroso, que atendeu o pedido feito pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
Eles questionavam a demora de Pacheco em avaliar o requerimento pela investigação, apresentado há 64 dias, no início de fevereiro, e que já tinha as assinaturas suficientes para ser instalado. Em entrevista, o presidente do Senado afirmou que acatará a determinação, mas considerou a decisão "equivocada". Para ele, a CPI pode gerar instabilidade política no Brasil, principalmente para contratar vacina e insumos, e deve virar palanque para as eleições de 2022.
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A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) criticou a interferência e relembrou, de forma indireta, a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi determinada pelo Supremo e mantida pela Câmara dos Deputados.
Já o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) elogiou a abertura da CPI. "A decisão é acertada e importantíssima para os brasileiros, que aguardam respostas sobre a péssima condução da pandemia no Brasil".
Ele foi acompanhado inclusive pelo ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, Henrique Mandetta. "A sociedade é quem ganha com a CPI da Covid. Precisamos esclarecer os atos praticados e as consequências tão penosas para os brasileiros", disse.
Entre os críticos, o deputado Marco Feliciano também relembrou de outra decisão do STF, estabelecida nesta quinta no julgamento que reafirmou o poder de estados e municípios a decretarem medidas restritivas contra a covid-19, inclusive fechar igrejas.
"O ministro Luís Roberto Barroso acaba de determinar que o presidente do Senado instaure a CPI da Covid. Depois de perseguir religiosos, agora coloca o Parlamento de joelhos. Ontem eu avisei que o Leviatã é insaciável!", reclamou.