Delegados e MP discutem provas e depoimento de João de Deus
Médium é acusado por mais de 300 mulheres de abuso sexual; defesa diz que ele é inocente
Brasil|Do R7
Delegados da Polícia Civil de Goiás e promotores do Ministério Público do Estado vão se reunir na tarde desta segunda-feira (17) na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, para discutir as provas e o depoimento do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, colhido neste domingo (16).
O objetivo da reunião é a Polícia Civil dividir as novas informações da investigação com o MP, que também deverá ouvir o líder religioso em algum interrogatório a ser marcado.
Neste momento, o Ministério Público está se concentrando em finalizar as oitivas com as testemunhas, informação que também será compartilhada na reunião de hoje. Só após estas etapas é que os promotores concluirão a denúncia contra João de Deus.
No primeiro depoimento à Polícia Civil, João de Deus negou todas as acusações de abuso sexual. Ele deve ser intimado a um novo interrogatório quando a investigação for apurar outros possíveis crimes.
Por enquanto, a investigação contra João de Deus se concentra em 15 casos, que serão apurados separadamente. Cada um deles vai ter seu próprio inquérito e investigação própria.
Apesar da investigação se concentrar nesses casos, a Polícia Civil espera receber ainda mais denúncias agora que João de Deus foi preso preventivamente. O líder espiritual está, neste momento, no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, a 20 quilômetros da capital.
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Entenda o caso
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
Após as primeiras denúncias contra o médium, o MP-Go (Ministério Público de Goiás) abriu uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.
Na noite de quarta (12), a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.
Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira (12), João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium e se disse inocente e declarou ainda que estava à disposição da Justiça.
Até a noite desta quinta-feira (13), a força-tarefa do MP-GO atendeu 330 mulheres.
Outro lado
O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.
“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.
Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário.
O R7 tenta desde a segunda-feira (10) da semana passada ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira (12), após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.