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Deputado Vinícius Gurgel será investigado por corrupção no Dnit

Alexandre de Moraes, do STF, autorizou inquérito sobre parlamentar por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro

Brasil|Do R7

Vinícius Gurgel estaria ligado a esquema de propinas
Vinícius Gurgel estaria ligado a esquema de propinas Vinícius Gurgel estaria ligado a esquema de propinas

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou a abertura de inquérito para investigar o deputado licenciado Vinícius Gurgel (PL-AP), por suspeita de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a Procuradoria-Geral da República, há indícios de participação do parlamentar em um esquema de propinas em contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) no Amapá.

As investigações chegaram ao deputado a partir da Operação Pedágio, da Polícia Federal, que levou à prisão, em junho de 2019, do ex-chefe do Dnit Fábio Vilarinho e do então superintendente do órgão, Odnaldo de Jesus Oliveira. Os dois foram detidos sob suspeita de cobrar pagamentos de até 5% sobre o valor de contratos do Dnit para manutenção de estradas não pavimentadas. Entre 2015 e 2019, foram cinco termos assinados com a B.M.R. Empreendimentos, no total de R$ 24 milhões.

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Apadrinhado de Gurgel no Dnit, Vilarinho exerceu cargos de direção desde 2015. Foi exonerado, em fevereiro de 2019, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Assim que deixou o cargo, Vilarinho foi abrigado no gabinete de Gurgel, de onde saiu quatro meses depois, ao ser preso durante a operação da PF.

Segundo os investigadores, mesmo após sua saída, Vilarinho manteve influência sobre o Dnit e o esquema continuou a funcionar, o que foi confirmado em delação pelo empresário Bruno Manoel Rezende. O delator gravou reuniões com Vilarinho e Odnaldo que foram acompanhadas e filmadas pelos federais. Em um desses encontros, de acordo com as investigações, o empresário discute com Vilarinho a partilha da propina do esquema e é citado o nome "Vinícius", que seria uma referência ao deputado do PL. "Ficou 25 dele [Odnaldo] e 25 meu. Do mesmo jeitinho", diz Vilarinho.

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Ao autorizar a instauração do inquérito, Moraes também requereu o acesso aos termos da colaboração do empresário. A Procuradoria-Geral da República pediu ainda o compartilhamento dos depoimentos do empresário ao Supremo.

Licença

Licenciado do cargo, o deputado Vinícius Gurgel é ativo nas redes sociais e costuma compartilhar notícias de liberações de emendas, principalmente aquelas destinadas à área da saúde no Amapá. Também comemorou a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL. "Agora, na mesma sigla, vamos trabalhar na busca de um país melhor para todos os brasileiros", postou ele em seu perfil no Instagram.

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Ao Estadão, Gurgel disse desconhecer Odnaldo Oliveira e Bruno Rezende. "Eu não sei o que o Fábio [Vilarinho] fez, o que deixou de fazer, não sou pai, nem irmão, nem nada para ele. Ele me parecia uma pessoa séria porque era egresso do Banco do Brasil", afirmou o deputado.

Questionado sobre o fato de seu indicado para o Dnit ter sido preso, Gurgel declarou que Vilarinho, "se fez, vai ter de responder, e a Justiça vai estar ali para isso". "Cada um é responsável por sua vida", afirmou.

Procurado, Bruno Rezende não se manifestou. As defesas de Fábio Vilarinho e de Odnaldo Oliveira não foram localizadas pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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