Governo lança campanha para reafirmar capacidade de vacinação
Vídeo promocional mostra dimensões continentais do Brasil, assim como a estrutura logística para distribuição dos imunizantes
Brasil|Do R7
O governo, por meio do Ministério da Saúde, lançou nesta quarta-feira (20) campanha publicitária com objetivo de difundir a mensagem da capacidade do País de promover uma campanha nacional de vacinação contra a covid-19.
O filme tem duração de um minuto e mostra os desafios de imunizar uma população tão diversa e distante geograficamente, assim como a estrutura de logística usada para a distribuição das vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O filme reúne pessoas que representam cada uma das cinco regiões do Brasil, simbolizando o "gigantismo da nação", conforme o Ministério da Saúde.
A primeira cena mostra um sertanejo idoso em sua casa, tirando uma viola de um armário e afinando as cordas do instrumento, enquanto visualiza fotos com amigos, como se estivesse se preparando para revê-los.
Mudança de rota
No decorrer do filme o texto salienta que a vacinação “vai devolver a confiança para que o senhor Isaías” — o sertanejo da primeira cena — “volte a fazer rodas de viola com os amigos; para que os médicos possam continuar salvando vidas; e para que os professores voltem às salas de aula”.
A campanha sinaliza uma mudança de rota em relação à postura do presidente Jair Bolsonaro. Em mais de uma oportunidade, o chefe do Executivo afirmou que não tomaria qualquer vacina e questionou a segurança dos imunizantes, especialmente a Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a única disponível no momento em solo nacial.
O governo federal, inclusive, chegou a cancelar a compra de 46 milhões de doses da Coronavac em outubrodo ano passado, um dia após o ministro Eduardo Pazuello ter anunciado a aquisição dos imunizantes. Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a Coronavac por não confiar em sua 'origem'.
O governo sempre apostou na vacina Astrazeneca/Oxford em detrimento do imunizante do Butantan, ligado ao governo de São Paulo, cujo chefe, João Doria (PSDB), é adversário declarado do presidente.
A tensão criada durante a pandemia acabou tendo reflexos neste momento, em que a Fiocruz, por conta da falta de insumos chineses — que dificultam tratativas por conta dos constantes ataques à China por diversas figuras do governo, incluindo Bolsonaro — adiou para março entrega de vacinas de Oxford.
Após São Paulo ter sido o primeiro Estado a começar a vacinar a população, frustrando os planos do governo federal de iniciar a campanha de forma simultânea no que seria o "Dia D", Bolsonaro se referiu à Coronavac como a "vacina do Brasil".
Peça publicitária
A peça promocional divulgada pelo Ministério da Saúde termina com cenas de pessoas com máscaras, higienizando a mão com álcool em gel, destacando um letreiro que reforça a necessidade de proteção enquanto a vacina não chega para todos os brasileiros.
Haverá ainda uma segunda fase de veiculação de campanhas a fim de convocar os grupos prioriários para vacinação.
O primeiro grupo, definido pelo Ministério da Saúde, inclui idosos a partir de 60 anos; pessoas com deficiência que vivem em instituições, a partir de 18 anos; trabalhadores da saúde da linha de frente e população indígena vivendo em terras demarcadas.
A campanha visa incentivar a população a baixar o app Conecte SUS e também orienta os integrantes dos grupos prioritários a procurarem uma unidade de saúde.