Guido Mantega é preso em nova fase da Lava Jato
"Arquivo-X" cumpre 33 mandados de busca, oito de prisão e oito para depoimento obrigatório
Brasil|Do R7
A Polícia Federal faz na manhã desta quinta-feira (22) a Operação Arquivo-X, que corresponde à 34º fase da Operação Lava Jato. A ação ocorre em cinco Estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia — e no Distrito Federal.
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que estava em um hospital de São Paulo, foi detido de forma temporária no local por volta das 7h. Mantega ocupou o cargo nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff.
A suspeita que recai sobre Mantega, segundo a PF, é a atuação diretamente junto ao comando de uma empresas para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha do PT.
Esses valores seriam destinados a pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.
A prisão temporária tem duração de cinco dias corridos, mas pode ser prorrogada conforme determinação judicial. Mantega foi ministro do Planejamento de 2003 a 2004 e ministro da Fazenda de 2006 a 2015.
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No início da operação, Mantega não estava em sua casa pois acompanhava uma cirurgia da mulher no hospital Albert Einstein, na capital paulista. Ele foi detido no local e está sendo levado para casa, onde os agentes farão um pente-fino. Em nota, o Hospital Albert Einstein não confirma que o ex-ministro foi detido dentro das dependências do hospital.
Arquivo-X
Cerca de 180 agentes federais, com apoio de 30 auditores da Receita Federal, cumprem 33 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporário e oito de condução coercitiva.
Nesta etapa, a investigação se concentra na contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas de exploração de petróleo (P-67 e P70) na camada do pré-sal.
A PF informou que, entre os crimes, estão fraude em licitação, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da estatal. Também são apurados crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A investigação aponta que empresas se associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas plataformas mesmo sem possuir experiência, estrutura ou preparo para executar o trabalho.
O nome da operação da PF desta quinta-feira, "Arquivo-X", se refere ao grupo empresarial de Eike Batista, cujas empresas traziam o X nas logomarcas.
Nos casos dos investigados para os quais foram expedidos mandados de condução coercitiva, estes estão sendo levados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados a fim de prestarem os esclarecimentos necessários. Os investigados serão liberados após serem ouvidos no interesse da apuração em curso.
Os presos serão levados à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição das autoridades responsáveis pela investigação.
Veja a lista de mandados que a PF cumpre nesta quinta-feira:
SALVADOR/BA
1 mandado de busca e apreensão
1 mandado de prisão temporária
BRASÍLIA/DF
2 mandados de busca e apreensão
1 mandado de prisão temporária
BELO HORIZONTE/MG
1 mandado de busca e apreensão
NOVA LIMA/MG
1 mandado de busca e apreensão
1 mandado de prisão temporária
RIO ACIMA/MG
1 mandado de busca e apreensão
1 mandado de condução coercitiva
JUIZ DE FORA/MG
1 mandado de busca e apreensão
RIO DE JANEIRO/RJ
13 mandados de busca e apreensão
1 mandado de prisão temporária
5 mandados de condução coercitiva
NITERÓI/RJ
3 mandados de busca e apreensão
3 mandados de prisão temporária
1 mandado de condução coercitiva
CABO FRIO/RJ
1 mandado de busca e apreensão
1 mandado de condução coercitiva
SÃO JOÃO DA BARRA/RJ
1 mandado de busca e apreensão
IBIUNA/SP
1 mandado de busca e apreensão
SÃO PAULO/SP
6 mandados de busca e apreensão
2 mandados de prisão temporária
PORTO ALEGRE/RS
1 mandado de busca e apreensão