João de Deus: Polícia solicitou mais 20 mandados de busca e apreensão
Delegada Karla Fernandes, coordenadora da força-tarefa de Goiás, disse que dois desses á foram cumpridos nesta segunda (17)
Brasil|Do R7
A delegada Karla Fernandes, coordenadora da força-tarefa que investiga o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, disse nesta segunda-feira (17), que a Polícia Civil de Goiás conseguiu autorização da Justiça para cumprir mais 20 mandados de busca e apreensão relacionados às denúncias de abuso sexual contra o líder religioso.
Karla disse que dois desses mandados já foram cumpridos nesta segunda (17). Do total, quatro são considerados os mais importantes porque miram locais que João de Deus frequentava bastante.
O objetivo das buscas é colher material para reforçar o conjunto de provas, principalmente mídias digitais que possam conter mensagens do médium para outras pessoas.
Delegados da Polícia Civil de Goiás e promotores do Ministério Público do Estado estão reunidos na tarde desta segunda, na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, para discutir as provas e o depoimento do médium, colhido neste domingo (16).
O objetivo da reunião é a Polícia Civil dividir as novas informações da investigação com o MP, que também deverá ouvir o líder religioso em algum interrogatório a ser marcado. Agora, o Ministério Público está se concentrando em finalizar as oitivas com as testemunhas, informação que também será compartilhada na reunião de hoje. Só após estas etapas é que os promotores concluirão a denúncia contra João de Deus.
No primeiro depoimento à Polícia Civil, João de Deus negou todas as acusações de abuso sexual. Ele deve ser intimado a um novo interrogatório quando a investigação for apurar outros possíveis crimes cometidos pelo médium. Por enquanto, a investigação contra João de Deus se concentra em 15 casos, que serão apurados separadamente. Cada um deles vai ter seu próprio inquérito e investigação própria.
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Apesar da investigação se concentrar nesses casos, a Polícia Civil espera receber ainda mais denúncias agora que João de Deus foi preso preventivamente. O líder espiritual está, neste momento, no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, a 20 quilômetros da capital.
Entenda o caso
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
Após as primeiras denúncias contra o médium, o MP-Go (Ministério Público de Goiás) abriu uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.
Na noite de quarta (12), a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.
Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira (12), João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium e se disse inocente e declarou ainda que estava à disposição da Justiça.
Até a noite desta quinta-feira (13), a força-tarefa do MP-GO atendeu 330 mulheres.
Outro lado
O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.
“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.
Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário.
O R7 tenta desde a segunda-feira (10) da semana passada ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira (12), após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.