Joice: 'Fujões' tinham prometido votar pelo Coaf nas mãos de Moro
Líder do governo ironizou parlamentares que "estranhamente mudaram de ideia" e disse não entender temor em conselho ficar com ministro
Brasil|Do R7
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que houve um acordo entre alguns partidos para que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) fosse retirado do Ministério da Justiça e transferido para o Ministério da Economia, na votação do texto da medida provisória 870, que trata sobre a reforma administrativa do governo de Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (9).
Leia mais: Reforma será aprovada até fim do 1.º semestre, diz Joice Hasselmann
Foram 14 votos contra 11 para a mudança. O texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Parlamentares do Centrão e da oposição se juntaram para tirar o Coaf das mãos do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e se articularam para impor uma derrota ao governo. Assinaram o requerimento que devolve o órgão para o Ministério da Economia líderes de PT, PRB, PTB, PP, MDB, Pode, PSC, DEM, PR, Solidariedade e Patriotas.
"Vencemos na MP. Em relação ao Coaf, tivemos ali alguns fujões, alguns que tinham se comprometido a votar e saíram correndo", disse. "Estranhamente mudaram de ideia de ontem (quarta) à noite pra hoje", afirmou. Ela ressaltou que alguns partidos trocaram de membros na comissão também. "Foi uma manobra que foi feita, eu não consigo entender por que tanto temor assim do Coaf nas mãos do ministro Sérgio Moro uma vez que quando você está tratando de investigação, você interligaria todos esses órgãos de investigação", afirmou. "Esse temor excessivo me deixa com a pulga atrás da orelha", completou.
A comissão de deputados e senadores que analisa a medida provisória da reforma ministerial tirou o Coaf do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Moro. A deputada disse ainda que há um clamor popular para que o Coaf fique com o ex-juiz e citou que o assunto era um dos temas mais comentados no Twitter na quarta-feira. Ela disse ainda que é cedo para dizer sobre como o governo deverá se comportar no Plenário sobre a MP.