Justiça bloqueia R$ 50 milhões em dinheiro e imóveis de João de Deus
Bloqueio já havia sido acatado em dezembro, sendo cumprido hoje. Também nesta quarta, médium virou réu por crimes sexuais
Brasil|Thais Skodowski, do R7
O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, teve R$ 50 milhões bloqueados pela Justiça. O bloqueio, que envolve contas bancárias e imóveis, já havia sido acatado em dezembro, sendo cumprido nesta quarta-feira (9).
A decisão tem como objetivo garantir ressarcimento de possíveis danos morais coletivos e danos individuais sofridos pelas vítimas.
Ativista relata ameaça de morte após denunciar João de Deus
Ainda nesta quarta, João de Deus virou réu em um processo que apura se ele abusou sexualmente de mulheres. A juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás contra ele.
O R7 tenta contato com a defesa do médium. Anteriormente, João de Deus tinha se declarado inocente das acusações.
As denúncias que pesam contra o religioso, de 76 anos, são de violação sexual e estupro de vulnerável.
O caso
João de Deus é acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
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Após as primeiras denúncias, o MP-GO (Ministério Público de Goiás) criou uma força-tarefa — que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas — para atenderem o caso.
Na noite de 12 de dezembro do ano passado, a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.
Em sua primeira aparição pública, João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, se disse inocente e declarou que estava à disposição da Justiça. Em 16 de dezembro, João de Deus se entregou às autoridades. No dia seguinte, prestou depoimento à polícia.
Em 26 de dezembro, João de Deus prestou depoimento ao MP-GO.
O Ministério Público denunciou o médium em 28 de dezembro por quatro crimes: dois por violação sexual mediante fraude e dois por estupro de vulnerável.
Durante as buscas nas casas de João de Deus, foram encontradas armas, esmeraldas e malas de dinheiro. A Justiça de Goiás concedeu habeas corpus pelo porte ilegal de arma.