Justiça Federal congela R$ 220 milhões de Cunha
Ex-deputado federal foi preso nesta quarta-feira (19) em Brasília após decisão de Sergio Moro
Brasil|Do R7

Além de mandar prender o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), mandou bloquear R$ 220.677.515,24 do ex-parlamentar, que teve o mandato cassado em setembro na Câmara dos Deputados.
A decisão de Moro de bloquear a bolada atende a um pedido do MPF (Ministério Público Federal). Para os investigadores, o dinheiro é fruto de improbidade administrativa.
Para o MPF, a liberdade de Cunha significava risco ao andamento do processo e à ordem pública.
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Os investigadores também sustentaram que existia a real possibilidade de fuga do ex-deputado, uma vez que ele tem dinheiro oculto no exterior e dupla nacionalidade (Cunha é italiano e brasileiro).
Não foi a primeira vez que Cunha foi alvo de um pedido de prisão. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também requereu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a prisão preventiva de Eduardo Cunha.
A Corte, porém, não chegou a apreciar o mérito desse pedido, porque houve a cassação do mandato no mesmo período.
Para explicar a prisão preventiva, o juiz federal mencionou o caso de Lúcio Bolonha Funaro, que agiu sob ordens de do ex-deputado e teve sua prisão cautelar determinada pelo Supremo.
Crime
A prisão de Eduardo Cunha tem por base a ação em que ele é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas em fatos relacionados à compra de um campo exploratório de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.
De acordo, com o MPF, Eduardo Cunha recebeu US$ 1,5 milhão a título de propina, por intermédio do operador financeiro João Augusto Rezende Henriques, que depositou o valor em uma conta secreta do ex-deputado federal na Suíça.
Henriques também se encontra preso preventivamente desde agosto de 2015 e já respondia pelos mesmos fatos perante a 13.ª Vara Federal Criminal desde junho de 2016.
Na mesma ação penal foram denunciados Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da Petrobras, Idalecio Oliveira, empresário português que era proprietário do campo, e Cláudia Cordeiro Cruz, esposa de Cunha, que é acusada de seu utilizar de uma conta em seu nome para ocultar a existência dos valores.