Leilões com bens de ex-bicheiro podem arrecadar até R$ 100 mi
A expectativa é do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em quatro eventos que serão realizados até o fim do ano
Brasil|Do R7
O Ministério da Justiça e Segurança Pública espera arrecadar cerca de R$ 100 milhões até o fim do ano com leilões com bens apreendidos em operações contra o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, apontado como um dos antigos donos do jogo do bicho em Mato Grosso.
São 16 imóveis, entre salas comerciais, apartamentos e casas. No dia 30 de novembro, será leiloada a Estância Colibri, que conta com uma área de 63 mil hectares e está avaliada em mais de R$ 30 milhões, além de um terreno avaliado em R$ 5 milhões. Os interessados podem conferir os bens no site do leiloeiro oficial (clique aqui). Os lances só podem ser feitos de forma online.
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No dia 2 de dezembro, 14 imóveis, entre prédios, salas comerciais, casas de luxo e terrenos, com lances iniciais a partir de R$ 38 mil, serão vendidos. Os outros dois leilões previstos para o estado ainda não têm disponível o número de bens que colocados à venda.
Fundo Nacional Antidrogas
Só em Mato Grosso, o ministério já arrecadou mais de R$ 57 milhões, em 29 leilões, realizados desde 2020, com a venda de mais de 2,6 mil ativos. O recurso arrecadado é destinado aos cofres públicos.
Até 40% do valor arrecadado retorna às polícias que apreenderam o patrimônio, para o fortalecimento das ações que resultam nas apreensões. Os outros 60%, quando oriundos de crimes relacionados ao tráfico de drogas, são destinados ao Funad (Fundo Nacional Antidrogas), que financia projetos para reforçar a segurança pública e o combate às drogas no país.
Dívida bilionária
João Arcanjo Ribeiro foi preso em 2006, acusado de diversos assassinatos por cobrança de dívidas e também por ser um dos maiores articuladores do jogo do bicho em Mato Grosso. O “comendador”, como ele ficou conhecido, já foi condenado por homicídio, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Ele voltou a ser preso em 2019, suspeito de ter retornado ao comando da atividade ilegal no estado.
A atuação rendeu dívida bilionária em impostos, que ficou em sua maior parte inscrita no registro de empresas de factoring, que davam fachada legal para que ele agisse como agiota, emprestando grandes quantidades de dinheiro a juros muito elevados.