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ONU: Bolsonaro diz que país é alvo de mentiras na área ambiental

Presidente afirmou que o líder francês, Emmanuel Macron, embarcou no "sensacionalismo da imprensa mundial" para criticar o Brasil

Brasil|Marcos Rogério Lopes, do R7

Bolsonaro fez sua estreia na Assembleia-Geral da ONU
Bolsonaro fez sua estreia na Assembleia-Geral da ONU

Em seu discurso de estreia na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente Jair Bolsonaro defendeu na manhã desta terça-feira (24) a soberania do país sobre a região amazônica e voltou a criticar o que chamou de sensacionalismo "instrumentalizado" para atacar o Brasil. "Meu governo tem o compromisso solene com a preservação ambiental e com o desenvolvimento sustentável." Ele afirmou ainda que sua política é de "tolerância zero" contra qualquer crime contra a natureza e se disse favorável a aceitar ajudas externas para explorar os recursos nacionais. "Estamos prontos para aproveitar de forma sustentável todo o nosso potencial."

Segundo Bolsonaro, a "Amazônia permanece praticamente intocada". Ele citou que o aumento das queimadas na metade do ano é normal por causa do tempo seco e que muitas delas são feitas por índios e pelas populações locais. Mas, apesar dessas constatações, argumenta, os dados são usados de forma "instrumentalizada" para atacar o governo e pôr em dúvida a soberania nacional sobre os recursos naturais. 

"Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas." Citou um representante famoso da causa indígena para atacar a defesa dos povos originais do país. "Muitas vezes alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia." 

O presidente afirmou que o "sensacionalismo da mídia internacional" despertou o "sentimento patriótico" do povo brasileiro. "É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que ela é o pulmão do mundo."


Segundo ele, mente quem diz que o governo não se preocupa com o meio ambiente. "Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista", declarou, sem citar nomes, em referência ao líder francês, Emmanuel Macron.

"Infelizmente%2C algumas pessoas%2C apoiadas em ONGs%2C teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas."

(Jair Bolsonaro)

Bolsonaro ainda agradeceu ao presidente Donald Trump pelo apoio ao país na reunião do G-20, quando defendeu a soberania brasileira sobre a Amazônia. E convidou as autoridades mundiais a conhecerem o país e perceberem, assim, as mentiras ditas pela mídia de que o Brasil está devastando sua natureza.


O presidente abriu seu discurso atacando os governos socialistas, como Cuba e Venezuela. "Trabalhamos duramente para que países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime", afirmou.

Ele defendeu o livre mercado e as privatizações e em várias ocasiões criticou os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, que o antecederam no Palácio do Planalto. Para Bolsonaro, as administrações petistas se resumiam a "irresponsabilidade fiscal, aparelhamento do Estado e corrupção generalizada".


"Valendo-se dessas falácias%2C um ou outro país%2C em vez de ajudar%2C embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa%2C com espírito colonialista"

(Jair Bolsonaro)

"A economia está reagindo ao se livrar de vícios e amarras que duraram quase duas décadas", declarou. E acrescentou que o país está pronto para iniciar o processo de adesão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

Segundo o líder brasileiro, a missão de seu governo é combater a ideologia de esquerda, que "se instalou no terreno da cultura, da educação e da mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas". 

Assembleia-Geral

O secretário-geral da ONU, António Guterres, abriu a sessão às 10h08. O diplomata português citou os problemas atuais do mundo que deveriam ter a atenção da organização, citando a possibilidade de conflito armado no Golfo, com os "inaceitáveis" ataques às instalações das usinas de petróleo da Arábia Saudita. Também relembrou o drama dos refugiados no mundo, destacando a tragédia humanitária vivida na Venezuela e a briga comercial entre China e Estados Unidos. "Hoje, temos a oportunidade de aumentar nossas ambições, utilizando tecnologias e inovações para melhorar a vida das pessoas."

Guterres ainda entrou no tema ambiental pouco antes do discurso brasileiro. "O que antes a gente chamava de mudança climática agora a gente chama de crise climática. O que era considerado um processo de aquecimento global agora é um aquecimento intenso do globo." Para o secretário-geral da ONU, ainda há tempo de as autoridades mundiais reverterem essa situação se trabalharem juntos.

Bolsonaro subiu ao púlpito do plenário às 10h40 e seu discurso durou cerca de 30 minutos. Inicialmente, ele agradeceu a Deus por estar vivo após o atentado sofrido em setembro de 2018 e afirmou que vem mudando o país que "esteve muito próximo do socialismo". Ele ainda lembrou a ação do governo brasileiro acabando com o programa Mais Médicos, que, segundo o presidente, ajudava a financiar o governo cubano.

Pressão internacional

Conforme a tradição, o presidente do Brasil é o responsável pelo discurso de abertura, mas o que diferiu a reunião deste ano dos anos anteriores foi a atenção dispensada ao país.

Bolsonaro chegou pressionado a Nova York, onde fica a sede da ONU. Em seu primeiro ano de mandato, ele vem sendo bastante cobrado por autoridades e organizações de outros países e mesmo nacionais pelos números de desmatamento na Amazônia, por notícias de aumento nas queimadas e por supostamente seu governo ter a intenção de afrouxar regras de preservação da natureza, com estímulos a garimpos e posições contrárias às demarcações de terras indígenas e de áreas ambientais.

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Na véspera do discurso do presidente, na segunda-feira (23), o Brasil ficou isolado do principal foro de discussão sobre meio ambiente. O encontro foi liderado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro travou em setembro uma queda de braço em torno da questão ambiental. Apenas o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), representou o Brasil, mas sem espaço para discursar.

Enquanto Bolsonaro viajava de Brasília a Nova York, presidentes de diversos países anunciaram, em reunião da Cúpula do Clima da ONU, a liberação de US$ 500 milhões do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da ONG Conservação Internacional para ajudar a proteger as florestas tropicais do mundo.

O Planalto tem contestado o que chama de tentativa de intervenção e de ferir a soberania brasileira. Por causa dessa linha de argumentação, Macron foi alvo de ataques do governo brasileiro. No evento de segunda, o francês quis se mostrar aberto ao diálogo, mas criticou a ausência do Brasil, que detém mais de 60% de todo o bioma amazônico, dividido por oito países.

Leia também: Como o discurso reposiciona o Brasil no cenário internacional?

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Retorno

Em função das restrições médicas, Bolsonaro terá apenas três compromissos em Nova York. Além de participar da abertura dos debates na Assembleia, estão previstos um encontro bilateral com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e uma breve conversa com o presidente norte-americano, Donald Trump.

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Os outros membros da comitiva também aproveitarão a viagem para participar de eventos e reuniões. Bolsonaro quer aproveitar a discussão mundial sobre meio ambiente e clima para promover o programa brasileiro de biocombustíveis. A defesa do programa ficará concentrada no ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que terá uma série de reuniões com empresários e investidores.

O retorno de Bolsonaro está previsto para a noite de terça-feira, com chegada a Brasília na manhã de quarta-feira (25).

Leia o discurso de Bolsonaro na íntegra:

Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo. Um Brasil que está sendo reconstruído a partir dos anseios e dos ideais de seu povo.

No meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo, diminuindo o desemprego, a violência e o risco para os negócios, por

meio da desburocratização, da desregulamentação e, em especial, pelo exemplo.

Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições. 

Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de

trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir. Um verdadeiro trabalho escravo, acreditem. Respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU!

Antes mesmo de eu assumir o governo, quase 90% deles deixaram o Brasil, por ação unilateral do regime cubano. Os que decidiram ficar, se submeterão à

qualificação médica para exercer sua profissão. Deste modo, nosso país deixou de contribuir com a ditadura cubana, não mais enviando para Havana 300 milhões de dólares todos os anos.

A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina.

Foram derrotados! Civis e militares brasileiros foram mortos e outros tantos tiveram suas reputações destruídas, mas vencemos aquela guerra e resguardamos nossa liberdade.

Na Venezuela, esses agentes do regime cubano, levados por Hugo Chávez, também chegaram e hoje são aproximadamente 60 mil, que controlam e interferem em todas as áreas da sociedade local, principalmente na

Inteligência e na Defesa. A Venezuela, outrora um país pujante e democrático, hoje experimenta a crueldade do socialismo.

O socialismo está dando certo na Venezuela! Todos estão pobres e sem liberdade!

O Brasil também sente os impactos da ditadura venezuelana. Dos mais de 4 milhões que fugiram do país, uma parte migrou para o Brasil, fugindo da fome e da violência. Temos feito a nossa parte para ajudá-los, através da Operação Acolhida, realizada pelo Exército Brasileiro e elogiada mundialmente.

Trabalhamos com outros países, entre eles os EUA, para que a democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente para que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime.

O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda

continua vivo e tem que ser combatido.

Senhoras e Senhores, em busca de prosperidade, estamos adotando políticas

que nos aproximem de países outros que se desenvolveram e consolidaram suas democracias. Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil.

A economia está reagindo, ao romper os vícios e amarras de quase duas décadas de irresponsabilidade fiscal, aparelhamento do Estado e corrupção generalizada. A

abertura, a gestão competente e os ganhos de produtividade são objetivos imediatos do nosso governo. Estamos abrindo a economia e nos integrando às

cadeias globais de valor. Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mercosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o 

EFTA.

Pretendemos seguir adiante com vários outros acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já estamos adiantados, adotando as práticas mundiais mais elevadas em todo os terrenos, desde a regulação financeira até a proteção ambiental.

Senhorita Ysany Kalapalo, agora vamos falar de Amazônia. Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente e do

desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e riquezas minerais.

Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece praticamente intocada. Prova de que somos um dos países que mais protegem o meio ambiente. Nesta época do ano, o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem também queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e forma de sobrevivência.

Problemas qualquer país os tem. Contudo, os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo.

Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista.

Questionaram aquilo que nos é mais sagrado: a nossa soberania. Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem sequer nos ouvir. Agradeço àqueles que não aceitaram levar adiante essa absurda proposta. Em especial, ao Presidente Donald Trump, que bem sintetizou o espirito que deve reinar entre os países da ONU: respeito à liberdade e à soberania de cada um de nós.

Hoje, 14% do território brasileiro está demarcado como terra indígena, mas é preciso entender que nossos nativos são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós. Eles querem e merecem usufruir dos mesmos direitos de

que todos nós. Quero deixar claro: o Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estados gostariam que acontecesse. 

Existem, no Brasil, 225 povos indígenas, além de referências de 70 tribos vivendo em locais isolados. Cada povo ou tribo com seu cacique, sua cultura, suas tradições, seus costumes e principalmente sua forma de ver o mundo. A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra

por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia. 

Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.

O Brasil agora tem um presidente que se preocupa com aqueles que lá estavam antes da chegada dos portugueses. O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terras ricas. Especialmente das terras mais ricas do mundo. É o caso das reservas Ianomâmi e Raposa Serra do Sol. Nessas reservas, existe grande abundância de ouro, diamante, urânio, nióbio e terras raras, entre outros.

E esses territórios são enormes. A reserva Ianomâmi, sozinha, conta com aproximadamente 95 mil km2, o equivalente ao tamanho de Portugal ou da Hungria, embora apenas 15 mil índios vivam nessa área. Isso demonstra que os que nos atacam não estão preocupados com o ser humano índio, mas sim com as riquezas minerais e a biodiversidade existentes nessas áreas.

Carta

A Organização das Nações Unidas teve papel fundamental na superação do colonialismo e não pode aceitar que essa mentalidade regresse a estas salas e

corredores, sob qualquer pretexto. Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado.

Nossa política é de tolerância zero para com a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais. Quero reafirmar minha posição de que qualquer iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica, ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira.

Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política indigenista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados de boas intenções. Estamos prontos para, em parcerias, e agregando valor, aproveitar de forma sustentável todo nosso potencial.

O Brasil reafirma seu compromisso intransigente com os mais altos padrões de direitos humanos, com a defesa da democracia e da liberdade, de expressão, religiosa e de imprensa. É um compromisso que caminha junto com o combate à corrupção e à criminalidade, demandas urgentes da sociedade brasileira. Seguiremos contribuindo, dentro e fora das Nações Unidas, para a construção de um mundo onde não haja impunidade, esconderijo ou abrigo para criminosos e corruptos.

Em meu governo, o terrorista italiano Cesare Battisti fugiu do Brasil, foi preso na Bolívia e extraditado para a Itália. Outros três terroristas paraguaios e um chileno, que viviam no Brasil como refugiados políticos, também foram devolvidos a seus países. Terroristas sob o disfarce de perseguidos políticos não mais encontrarão refúgio no Brasil. 

Há pouco, presidentes socialistas que me antecederam desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento, tudo por um projeto de poder absoluto.

Foram julgados e punidos graças ao patriotismo, perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o Dr. Sérgio Moro, nosso atual Ministro da Justiça e Segurança Pública. Esses presidentes também transferiram boa parte

desses recursos para outros países, com a finalidade de promover e implementar projetos semelhantes em toda a região. Essa fonte de recursos secou.

Esses mesmos governantes vinham aqui todos os anos e faziam descompromissados discursos com temas que nunca atenderam aos reais interesses do Brasil nem contribuíram para a estabilidade mundial. Mesmo assim,

eram aplaudidos. Em meu país, tínhamos que fazer algo a respeito dos

quase 70 mil homicídios e dos incontáveis crimes violentos que, anualmente, massacravam a população brasileira. A vida é o mais básico dos direitos humanos. Nossos policiais militares eram o alvo preferencial do crime. Só em 2017,

cerca de 400 policiais militares foram cruelmente assassinados. Isso está mudando.

Medidas foram tomadas e conseguimos reduzir em mais de 20% o número de homicídios nos seis primeiros meses de meu governo. As apreensões de cocaína e outras drogas atingiram níveis recorde. Hoje o Brasil está mais seguro e ainda mais

hospitaleiro. Acabamos de estender a isenção de vistos para países como Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá, e estamos estudando adotar medidas similares para China e Índia, dentre outros.

Com mais segurança e com essas facilidades, queremos que todos possam conhecer o Brasil, e em especial, a nossa Amazônia, com toda sua vastidão e beleza natural. Ela não está sendo devastada e nem consumida pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia. Cada um de vocês pode comprovar o que estou falando agora. Não deixem de conhecer o Brasil, ele é muito diferente daquele estampado em muitos jornais e televisões.

A perseguição religiosa é um flagelo que devemos combater incansavelmente.

Nos últimos anos, testemunhamos, em diferentes regiões, ataques covardes que vitimaram fiéis congregados em igrejas, sinagogas e mesquitas. O Brasil condena, energicamente, todos esses atos e está pronto a colaborar, com outros países, para a proteção daqueles que se veem oprimidos por causa de sua fé.

Preocupam o povo brasileiro, em particular, a crescente perseguição, a discriminação e a violência contra missionários e minorias religiosas, em diferentes regiões do mundo. Por isso, apoiamos a criação do 'Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência baseados em Religião ou Crença'.

Nessa data, recordaremos anualmente aqueles que sofrem as consequências nefastas da perseguição religiosa. É inadmissível que, em pleno Século XXI, com tantos instrumentos, tratados e organismos com a finalidade de resguardar direitos de todo tipo e de toda sorte, ainda haja milhões de cristãos e pessoas de outras religiões que perdem sua vida ou sua liberdade em razão de sua fé.

A devoção do Brasil à causa da paz se comprova pelo sólido histórico de contribuições para as missões da ONU. Há 70 anos, o Brasil tem dado contribuição efetiva para as operações de manutenção da paz das Nações Unidas. Apoiamos todos os esforços para que essas missões se tornem mais efetivas e tragam benefícios reais e concretos para os países que as recebem. Nas circunstâncias mais variadas – no Haiti, no Líbano, na República Democrática do Congo –, os contingentes brasileiros são reconhecidos pela qualidade de seu trabalho e pelo respeito à população, aos direitos humanos e aos princípios que norteiam as operações de manutenção de paz.

Reafirmo nossa disposição de manter contribuição concreta às missões da ONU, inclusive no que diz respeito ao treinamento e à capacitação de tropas, área em que temos reconhecida experiência.

Ao longo deste ano, estabelecemos uma ampla agenda internacional com intuito de resgatar o papel do Brasil no cenário mundial e retomar as relações com importantes parceiros. Em janeiro, estivemos em Davos, onde apresentamos nosso ambicioso programa de reformas para investidores de todo o mundo. Em março, visitamos Washington onde lançamos uma parceria abrangente e ousada com o governo dos Estados Unidos em todas as áreas, com destaque para a coordenação política e para a cooperação econômica e militar. 

Ainda em março, estivemos no Chile, onde foi lançado o Prosul, importante iniciativa para garantir que a América do Sul se consolide como um espaço de democracia e de liberdade.

Na sequência, visitamos Israel, onde identificamos inúmeras oportunidades de cooperação em especial na área de tecnologia e segurança. Agradeço a Israel o apoio no combate aos recentes desastres ocorridos em meu país. Visitamos também um de nossos grandes parceiros no Cone Sul, a Argentina. Com o Presidente Mauricio Macri e nossos sócios do Uruguai e do Paraguai, afastamos do

Mercosul a ideologia e conquistamos importantes vitórias comerciais, ao concluir negociações que já se arrastavam por décadas.

Ainda este ano, visitaremos importantes parceiros asiáticos, tanto no Extremo Oriente quanto no Oriente Médio. Essas visitas reforçarão a amizade e o aprofundamento das relações com Japão, China, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar. Pretendemos seguir o mesmo caminho com todo o mundo árabe e a Ásia.

Também estamos ansiosos para visitar nossos parceiros, e amigos, na África, na Oceania e na Europa. Como os senhores podem ver, o Brasil é um país aberto ao mundo, em busca de parcerias com todos os que tenham interesse de trabalhar pela prosperidade, pela paz e pela liberdade.

Senhoras e Senhores, o Brasil que represento é um país que está se reerguendo, revigorando parcerias e reconquistando sua confiança política e economicamente.

Estamos preparados para assumir as responsabilidades que nos cabem no sistema internacional.

Durante as últimas décadas, nos deixamos seduzir, sem perceber, por sistemas ideológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto.

A ideologia se instalou no terreno da cultura, da educação e da mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas. A ideologia invadiu nossos lares para investir contra a célula mater de qualquer sociedade saudável, a família. Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua identidade mais básica e elementar, a biológica.

O politicamente correto passou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela manipulação, pela repetição de clichês e pelas palavras de ordem.

A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que Ele nos revestiu. E, com esses métodos, essa ideologia sempre deixou

um rastro de morte, ignorância e miséria por onde passou. Sou prova viva disso. Fui covardemente esfaqueado por um militante de esquerda e só sobrevivi por um milagre de Deus. Mais uma vez agradeço a Deus pela minha vida.

A ONU pode ajudar a derrotar o ambiente materialista e ideológico que compromete alguns princípios básicos da dignidade humana. Essa organização foi criada para promover a paz entre nações soberanas e o progresso social com liberdade, conforme o preâmbulo de sua Carta.

Nas questões do clima, da democracia, dos direitos humanos, da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, e em tantas outras, tudo o que precisamos é isto: contemplar a verdade, seguindo João 8,32: “E conheceis a verdade, e a verdade vos libertarás”.

Todos os nossos instrumentos, nacionais e internacionais, devem estar direcionados, em última instância, para esse objetivo. Não estamos aqui para apagar nacionalidades e soberanias em nome de um “interesse global” abstrato.

Esta não é a Organização do Interesse Global. É a Organização das Nações Unidas. Assim deve permanecer. Com humildade e confiante no poder libertador da verdade, estejam certos de que poderão contar com este novo Brasil que aqui apresento aos senhores e senhoras.

Agradeço a todos pela graça e glória de Deus!

Meu muito obrigado.

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