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Para Barroso, 'a democracia precisa ser capaz de agir em legítima defesa'

Ministro levou para 3 a 0 placar a favor do inquérito das fake news; ele defendeu a limitação do objeto das investigação a ataques criminosos ao STF

Brasil|Marcos Rogério Lopes, do R7

Luís Roberto Barroso disse que o STF tem jurisdição por todo o território brasileiro
Luís Roberto Barroso disse que o STF tem jurisdição por todo o território brasileiro Luís Roberto Barroso disse que o STF tem jurisdição por todo o território brasileiro

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso concordou com a tese do relator do inquérito das fake news, Edson Fachin, sobre a constitucionalidade das investigação. Com seu voto, o placar a favor da continuidade das investigações foi para 3 a 0.

A sessão, na qual se julgou o questionamento do partido Rede Sustentabilidade sobre a legalidade do processo. foi encerrada e será retomada às 14h desta quarta-feira (16).

Antes, dele, Alexandre de Moraes, que conduz a ação, afirmou que "liberdade de expressão não é liberdade de destruição da democracia, das instituições e da honra alheia."

Moraes defendeu que atacar e constranger ministros do STF é um atentado à Constituição e à democracia

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Barroso derrubou em sua argumentação duas teses que iriam contra a abertura da investigação. Primeiro, afirmou que é falsa a informação de que o pacote anticrime tirou do presidente do STF o poder de abrir uma investigação, conforme chegou a ser ventilado pelos opositores à investigação.

Ele também declarou que o entendimento de que o crime teria de ter ocorrido dentro do STF para justificar a abertura é falho por levar em conta de forma literal apenas o local geográfico da Corte. "Num mundo tecnológico como o de hoje, não se pode imaginar que estejavamos falando nesse artigo apenas da dependência física", comentou.

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De acordo com Barroso, a democracia tem espaço para vários pensamentos políticos, de conservadores a progressistas. "Mas não tem espaço para a violências, para as ameaças e para os dicursos de ódio. Isso não é liberdade de expressão. Isso tem outro nome e se insere na rubrica da criminalidade."

Em seu voto, o ministro destacou ser importante delimitar o objeto do inquérito. "É nosso papel deixar claro até para afastar qualquer interpretação equivocada de que há um arbítrio dentro do Supremo Tribunal Federal."

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Entrariam no inquérito, na sua opinião, todos os ataques coordenados e criminosos contra a instituição.

"A democracia precisa ser capaz de agir em legítima defesa, dentro da Constituição", opinou. "A experiência internacional recomenda esse tipo de ação que estamos tomando aqui."

Ele citou o caso da Hungria, na qual um líder popular eleito pelo voto, Viktor Orbán, desmontou a democracia, segundo Barroso, "tijolo por tijolo". "Se você tira o poder das instituições mediante medidas provisórias ou 'ataques concertados' não tem como elas realizarem seu papel de ir contra o arbítrio que atenta contra as liberdades."

"Uma das características do pensamento fascista é a não aceitação da opinião do outro. O problema não são as críticas. Quem quer que desempenhe função pública está sujeito a críticas. Elas vêm com o cargo. Estar no espaço público signifca ter que trafegar pela vida sem muitos melindres", argumentou.

"Mas isso não se confunde com a possibilidade de, em associação criminosa, agredir e ameaçar pessoas ou o próprio prédio e os bens de uma instituição", prosseguiu, em referencia às ameaças recentes ao STF.

Ele ainda advertiu que quem recebe dinheiro para campanhas de ódio não é militante, mas mercenário e criminoso. "Atacar as pessoas com ameaças e violência não é coisa de gente de bem. Não há causa que possa legitimar esse tipo de conduta."

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