A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, evitou comentar se vai tomar alguma atitude sobre a recente fala do deputado reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL) sobre como "fechar o STF". A afirmação do filho do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, gerou muita polêmica desde domingo (21) e deixou a PGR sob forte pressão, inclusive de ministros do STF — Alexandre de Moraes pediu ação da PGR. "Como conhecem meu comportamento desde que tomei posse, não anuncio o que vou fazer. Apenas comunicamos o que fizemos", disse Raquel, ao ser indagada sobre a fala de Moraes, após evento em São Paulo nesta terça-feira (23). Vídeo gravado em julho, mas que veio à tona somente agora, mostra Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável do PSL, respondendo a pergunta sobre uma hipotética ação do Exército no caso de o STF tentar impedir seu pai de assumir a Presidência. Segundo o deputado mais votado em São Paulo nas eleições para a Câmara dos Deputados, bastariam "um soldado e um cabo" para fechar o Supremo. Nesta segunda-feira (22), o ministro Alexandre de Moraes disse que as declarações do deputado são "absolutamente irresponsáveis". Moraes defendeu que a PGR (Procuradoria-Geral da República) abra uma investigação contra o parlamentar por crime tipificado na lei de segurança nacional. Questionada sobre a fala de Eduardo Bolsonaro, Raquel Dodge disse que "é importante que todos nós tenhamos um atitude comprometida com respeito às garantias individuais". Segundo a procuradora-geral, "não só palavras importam, atitudes também importam". Raquel Dodge conclamou a todos para "permanecerem nesse espírito de temperança e de união em torno de eleições justas no Brasil".