Raul Jungmann afirma querer “policiais nas ruas”
Ministro da Segurança Pública diz que a pasta vai adotar uma política com a intenção de "ter muita parceira com os Estados"
Brasil|Alexandre Garcia e Paulo Lima, do R7
O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (28) que a pasta criada pelo governo do presidente Michel Temer quer "policiais nas ruas".
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"Nós queremos policiais nas ruas. Nós queremos policiais não como hoje acontece no Rio de Janeiro, com mais de 2.000 policiais em atividades em outros órgãos, realizando outro tipo de ação e não protegendo a população".
Jungmann destacou que a pasta vai adotar uma política com a intenção de "ter muita parceira com os Estados" na tentativa de aumentar a segurança. "Não se trata apenas de uma descentralização de recursos, mas uma parceria onde se pretende dar rumo e se ter contrapartida desses recursos", afirma o ministro.
O ministro recém-empossado também prometeu a convocação de concursos para contratar 500 agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e outros 500 para a PF (Polícia Federal), além de dobrar para 300 o número de policiais nas áreas de fronteira.
De acordo com Jungmann, a Polícia Rodoviária Federal vai implantar o que chamou de “plantão voluntário”. O objetivo é colocar 2.000 policiais a mais nas rodovias com a compra de parte das folgas.
Jungmann disse ainda que pretende "bater às portas de todas as organizações da nossa sociedade" para convidá-las a participar de ações de combate à criminalidade do País.
Equipe
Ontem (27), em sua primeira ação como ministro da Segurança Pública, Jungmann demitiu o diretor-geral da Polícia Federal e nomeou Rogério Galloro passa assumir o cargo.
Além de Galloro, Jungmann anunciou netsa quarta que Carlos Alberto Santos Cruz acumulará a Secretaria-Executiva e a Secretaria Nacional de Segurança Pública; o diplomata Alessandro Candeas será o chefe de gabinete; Renato Borges Dias fica na direção da Polícia Rodoviária Federal, e Carlos Felipe de Alencastro, assumirá o diretor do Departamento Penitenciário Nacional.
Combate ao crime
Mais cedo, Jungmann defendeu a humanização do sistema carcerário durante reunião convocada pela presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Cármen Lúcia. Para Jungmann, o combate à criminalidade não pode cair em “atalhos”.
"Hoje é tão fácil ouvir discursos que fazem defesa dos atalhos de fora da lei, dos atalhos abaixo dos direitos humanos. Um Estado que combate fora da lei, ou sem respeitar os direitos humanos, o crime, se nivela a ele", afirma.
Segundo o novo ministro, a "humanização" do sistema carcerário "representa uma afirmação da civilização contra a barbárie". "Não é porque alguém cometeu um delito, seja da gravidade que for, que a integridade da pessoa humana pode ser diminuída ou desdenhada, porque, se assim permitirmos, nós nos igualamos aos criminosos", completou.