Reuters corrige declaração de Segovia sobre Temer
Texto original dizia que diretor da PF tinha afirmado que tendência era de arquivamento de inquérito que investiga presidente da República
Brasil|Do R7
A agência de notícias Reuters reeditou a matéria da entrevista exclusiva com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia. O texto original, publicado na noite de sexta-feira (9), dizia que Segovia tinha afirmado que a tendência era de arquivamento pela PF da investigação envolvendo o presidente Michel Temer sobre o Decreto dos Portos.
Na alteração do conteúdo, a Reuters trocou o verbo "afirmar" por "indicar" ao qualificar as declarações de Segovia. No início do texto reeditado, a agência faz a seguinte ressalva aos leitores: "Esclarece que Segovia disse que até o momento não há indício de crime no caso, indicando, em vez de afirmando, que a tendência é que a PF arquive o caso".
A matéria teve grande repercussão e levou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, a intimar Segovia, na manhã de sábado (10), para prestar esclarecimentos.
— Tendo em vista que tal conduta, se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação do Senhor Diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, para que confirme as declarações que foram publicadas, preste os esclarecimentos que lhe pareçam próprios e se abstenha de novas manifestações a respeito, diz o despacho de Barroso.
Também neste sábado (10), entidades de classe se manifestaram, por meio de nota à imprensa, sobre as declarações de Segovia. A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) disse que nenhum dirigente deve se manifestar sobre investigações em andamento. A APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais) afirmou que é "sempre temerário que a direção-geral emita opiniões pessoais sobre investigações nas quais não está diretamente envolvida". Já o presidente da OAB Nacional, Claudio Lamachia, afirmou não ser "apropriado" que o diretor-geral da PF "dê opiniões a respeito de investigações em curso".
Em nota, Segovia negou ter dito que iria arquivar o inquérito.
— Afirmo que em momento algum disse à imprensa que o inquérito será arquivado. Afirmei inclusive que o inquérito é conduzido pela equipe de policiais do GInqE com toda autonomia e isenção, sem interferência da Direção Geral, afirmou o diretor-geral da PF, por meio de nota, informando que só irá responder aos questionamentos do ministro Barroso, do STF, na quarta-feira, (14).